MMT – ARA - Lusa
Maputo, 05 fev
(Lusa) - Um responsável de bairro no distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, no
norte de Moçambique, foi linchado no sábado, acusado de "propagar" um
surto de diarreias e de vómitos, que causaram, naquela província, o
internamento de 35 pacientes.
Segundo informou
hoje o jornal Notícias do Maputo, várias pessoas, ainda a monte, espancaram até
à morte, no fim de semana, o chefe de quarteirão da sede do posto
administrativo de Murrébuè, distrito de Mecúfi, acusando-o de trabalhar com as
autoridades sanitárias na disseminação de diarreias e vómitos na região.
Em Moçambique é
comum as pessoas serem responsabilizadas de promoverem doenças diarreicas, por
participarem nas campanhas de prevenção contra epidemias, promovidas pelo
Governo.
Em 2010, em
Namarrecua, aldeia situada a cerca de 30 quilómetros a norte de Montepuez, um
líder tradicional foi morto por um grupo de seis homens, que o acordaram e
espancaram até a morte, tal como aconteceu no passado fim de semana em
Murrébuè.
As autoridades de
Cabo Delgado garantem que estão a trabalhar no sentido de esclarecer o crime e
que oito pessoas envolvidas no caso estão detidas, adianta a edição de hoje do
jornal Notícias de Maputo.
Recentemente, o
governador da província de Cabo Delgado, Eliseu Machava, avisou que as pessoas
que forem apanhados a disseminar mensagens de desinformação sobre as
verdadeiras causas das doenças, incluindo a cólera, "serão
responsabilizados de forma severa".
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