NME – PJA - Lusa
Luanda, 08 fev
(Lusa) - A Procuradoria-Geral da República de Angola instaurou um
processo-crime contra o líder e responsáveis da Igreja Universal do Reino de
Deus, na sequência da morte de 16 pessoas por asfixia e esmagamento, a 31 de
dezembro passado em Luanda.
Em comunicado de
imprensa, a PGR refere que o processo-crime foi aberto depois de ter sido
concluído um inquérito, instaurado a 02 de janeiro pelo presidente angolano,
José Eduardo dos Santos.
No documento é
referido que o processo decorre sob a alçada da Direção Nacional de
Investigação e Ação Penal (DNIAP) da PGR. As atividades da IURD foram suspensas
por um período de 60 dias, segundo as conclusões da Comissão de Inquérito (CI)
nomeada pela Presidência da República.
A agência Lusa tem
repetidamente tentado obter da IURD em Angola um comentário sobre a suspensão
decidida pelas autoridades angolanas e agora sobre este processo-crime da PGR
mas, até agora, nenhum dirigente daquela confissão se mostrou disponível para
falar.
Em causa está uma
cerimónia, denominada "Vigília do Dia do Fim", que concentrou dezenas
de milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada do
Estádio da Cidadela.
A CI concluiu ainda
que as mortes se deveram à superlotação no interior e exterior do Estádio da
Cidadela, causada por "publicidade enganosa".
Dias antes da
cerimónia, a IURD espalhou por Luanda publicidade ao evento, que designou de
"Dia do Fim", na qual convidava todos a "dar um fim a todos os
problemas", designadamente "doença, miséria, desemprego, feitiçaria,
inveja, problemas na família, separação e dívidas".
Para a CI, esta
publicidade criou, no seio dos fiéis, "uma enorme expectativa de verem
resolvidos os seus problemas" e, socorrendo-se da legislação em vigor,
classifica a difusão do evento como "criminosa e enganosa".
O facto da IURD não
ter suspendido a cerimónia, mesmo depois de ter conhecimento da existência de
vítimas mortais é outra das matérias que foi contestada pela CI.
Paralelamente ao
anúncio da suspensão de atividades da IURD, a CI anunciou a proibição de
quaisquer ações por parte de outras seis igrejas evangélicas, por não estarem
legalizadas em Angola.
As seis confissões
proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de atividade são as Igrejas Mundial
do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da
Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova
Jerusalém.
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