sábado, 16 de fevereiro de 2013

Primeiro-ministro está a enganar portugueses, porque "a corda já partiu para muitos"




ATF – PJA - Lusa com foto Manuel de Almeida

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje o primeiro-ministro de ter “um discurso enganoso” com os portugueses e de não ter “ideia da realidade”, porque “a corda já partiu para muitos”.

Esse “é um discurso enganoso, porque a corda já rompeu para muitos portugueses e muitos desempregados, para muitos jovens e muitos reformados e pensionistas, muitos pequenos e médios empresários”, afirmou o líder comunista.

Jerónimo falava aos jornalistas na Rua do Arsenal, em Lisboa, durante a manifestação convocada pela CGTP em todas as capitais de distrito do país, depois de questionado sobre o discurso de Passos Coelho na sexta-feira à noite.

Num debate do PSD/Porto, Passos afirmou que os portugueses devem estar confiantes de que o Governo não exigirá mais do que aquilo que é necessário para que se cumpram os objetivos, sem que a corda, que está esticada, possa vir a partir.

Para Jerónimo de Sousa, o primeiro-ministro “está a enganar os portugueses, porque a corda já partiu para muitos”.

“Esta política de brutal austeridade leva aos números que são conhecidos no desemprego, ao número de falências de empresas e à situação dramática de reformados e pensionistas, o que é que é preciso mais para que o senhor primeiro-ministro veja que a corda já partiu?” - questionou.

O secretário-geral comunista disse não compreender as palavras do chefe do Governo: “O que é isso de partir a corda? Partir a corda tem a ver com a vida das pessoas e muitas pessoas hoje não têm futuro e não têm vida, 40% da juventude desempregada? Que corda é essa?”.

Na opinião do líder do PCP, Pedro Passos Coelho “não tem ideia da realidade que o país vive”, onde “muitos foram atirados para o empobrecimento, muitos que não sabem o que hão de fazer à sua vida, tendo em conta esta eternização da austeridade”.

“A corda só não parte na convicção de que é possível uma política diferente, um rumo diferente e não esta eternização da austeridade já ensejada com o corte de quatro mil milhões de euros no futuro próximo”, assegurou.

Jerónimo de Sousa considerou ainda que a manifestação de hoje da CGTP, que reuniu vários milhares de pessoas em Lisboa, é “uma boa demonstração” para a ‘troika’, que está prestes a aterrar novamente em Portugal, de que “os trabalhadores e o povo português não estão dispostos a aceitar esta política de caminho para o desastre”.

“A cada estatística, cada balanço, cada relatório, cada debate quinzenal, estamos sempre pior do que estávamos”, observou.

O líder do PCP vincou ainda que o seu partido lutará contra as políticas do Governo “de todas as formas que a Constituição permite”.

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