Angola vai instalar
tecnologia para controlar imigração ilegal a partir da RDCongo
13 de Março de
2013, 16:25
Luanda, 13 mar
(Lusa) - Angola vai instalar nos próximos meses, na fronteira que partilha com
a vizinha República Democrática do Congo, um sistema tecnológico para combater
a imigração ilegal, noticiou hoje a agência Angop.
O sistema é
semelhante ao que já se encontra em funcionamento na província da Lunda Sul.
Os dois países
partilham uma fronteira de 2.511 quilómetros, a mais extensa entre os 5.198
quilómetros que tem no total também com a República do Congo, Zâmbia e Namíbia.
A Angop, que cita o
comandante provincial da Polícia Nacional na província do Zaire, comissário
Francisco Massota, adianta que o sistema será instalado com a cooperação de especialistas
dos governos da Rússia e de Israel.
Sete das 18
províncias que compõem Angola fazem fronteira com a RDCongo, sendo esta a zona
que mais preocupa as autoridades de Angola.
A crescente
imigração ilegal é uma das principais preocupações das autoridades angolanas e
está no cerne do seminário de dois dias que hoje se iniciou em Luanda,
promovido pelo Observatório da África, Caribe e Pacífico (ACP), uma rede de
pesquisadores e especialistas de migração que trabalha sobre migrações Sul-Sul.
O seminário,
realizado em parceria com o Ministério do Interior de Angola, junta
representantes de agências governamentais, instituições de pesquisa e de
organizações da sociedade civil e visa reforçar o diálogo e a cooperação sobre
a gestão de dados migratórios entre os operadores ligados a este tema.
O secretário de
Estado do Ministério do Interior, Hermenegildo José Félix, que fez a abertura
do seminário, destacou que, durante o conflito armado que Angola registou por
mais de três décadas, as tendências de migração eram caracterizadas pela
migração interurbana, sendo a capital do país, Luanda, e as cidades do litoral,
consideradas as mais seguras.
"Por este
facto, foram estas localidades que de forma mais acentuada sentiram os efeitos
da deslocação interna de pessoas, fluxos transfronteiriços de refugiados, assim
como da migração económica de trabalhadores qualificados e não
qualificados", referiu.
O Observatório ACP
sobre as migrações, que tem concentrada a sua atenção na situação dos migrantes
e na promoção da inclusão da migração nas estratégias de desenvolvimento em 12
países-piloto - designadamente Angola, Camarões, República Democrática do
Congo, Quénia, Lesoto, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Haiti, Papua Nova Guiné,
Timor-Leste e Trinidad e Tobago -, considera que a região da África subsaariana
lidera a migração intrarregional e a mobilidade Sul-Sul, devendo as
oportunidades e benefícios serem aproveitadas.
Nesse sentido, os
fluxos migratórios entre os países em desenvolvimento é outro ponto a ser
analisado durante o seminário.
Angola tem
registado um crescente fluxo de migração, desde o fim da guerra, fruto do
desenvolvimento económico que o país regista desde essa altura. A preocupação
com este assunto tem levado as autoridades deste país africano a criarem várias
medidas para dirimir a situação.
A título de
exemplo, em 2012, segundo a Angop, 10.636 cidadãos estrangeiros em situação
migratória ilegal foram expulsos da província de Cabinda, na sua maioria
congoleses democráticos (10.095), seguindo-se o Congo Brazzaville, Costa do
Marfim, Camarões, Senegal, Mali, Mauritânia, Guiné-Bissau, Gâmbia, Gabão,
Filipinas, Portugal, China e Holanda.
NME // MLL
Angola precisa de mais
20 mil enfermeiros
13 de Março de
2013, 17:14
Luanda, 13 mar
(Lusa) - Angola tem um défice de cerca de 20 mil enfermeiros, disse hoje em
Luanda a secretária de Estado para a Inovação, em declarações à agência Lusa.
Maria Augusto
Almeida, que falava após a abertura dos trabalhos do XV encontro da Rede de
Estudos Ambientais de Língua Portuguesa (REALP), destacou aquele número de
entre as carências de Angola, em várias especialidades, e que o Governo deseja
preencher até 2020, no âmbito do Plano Nacional de Formação de Quadros (PNFQ).
"O Plano
Nacional de Formação de Quadros, a vigorar entre 2013 e 2020, visa formar
quadros nas áreas mais deficitárias, particularmente nas tecnologias e áreas de
saúde. Temos défices muito fortes e nalguns casos nem sequer existem",
disse Maria Augusto Almeida.
"É um plano do
executivo. Por exemplo, temos um défice de cerca de 20 mil enfermeiros. Em
diferentes áreas estão identificados os números necessários. Estamos em crer
que até lá vamos cumprir com essas metas. É um plano do país",
acrescentou.
O PNFQ prevê formar
um total de 104 mil quadros.
Na sua intervenção
de abertura dos trabalhos do XV encontro da REALP, a secretária de Estado
angolana anunciou a abertura de cursos superiores na área do ambiente, porque
existe um défice de quadros formados na área ambiental.
O XV encontro da
REALP, organizado pela Reitoria da Universidade Agostinho Neto, visa aumentar o
número de projetos científicos de pós-graduação em rede entre as instituições
associadas.
Neste encontro, de
três dias, vão ser abordados temas como "Águas e Recursos Hídricos",
"Desenvolvimento Urbano", "Biodiversidade e Conservação ",
"Forças Renováveis "e "Avaliação Ambiental e Riscos".
Participam no
encontro docentes de universidades de Angola, Portugal, Brasil, Cabo Verde e
especialistas do setor do Ambiente angolanos.
Criada em 1992,
como Rede Luso-Brasileira de Estudos Ambientais, tem como objetivo de promover
a cooperação científica na área do ambiente e do desenvolvimento sustentável
entre Portugal e o Brasil, através da execução de um curso de Mestrado em Gestão
e Políticas Ambientais em ambos os países de língua portuguesa.
Atualmente, a rede
integra seis universidades portuguesas, cinco brasileiras, e uma de Moçambique,
Cabo Verde e Angola.
EL // VM
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