Jornal i - Lusa
O arcebispo de
Braga, Jorge Ortiga, manifestou-se hoje preocupado com os suicídios, depressões
e frigoríficos vazios resultantes da crise e criticou a “incompetência” da
classe política e o monopólio dos bancos.
Falando na homilia
da celebração do Paixão do Senhor, na Sé de Braga, Jorge Ortiga também não
poupou a “corrupção judicial” e as “mentiras dos astrólogos”.
“Por que é que nós
consentimos que tantos seres humanos continuem a ser vítimas da miséria social,
da violência doméstica, da escravatura laboral, do abandono familiar, do
legalismo da morte, da corrupção judicial, das mortes inocentes na estrada, das
mentiras dos astrólogos, do desemprego, de uma classe política incompetente e
do monopólio dos bancos?”, questionou o prelado.
Jorge Ortiga
manifestou-se preocupado com o número de suicídios “que aumentam diariamente”
em Espanha, por causa da penhora de casas, e advertiu que, “em breve, este
drama poderá chegar” também a Portugal.
Uma preocupação
extensiva às depressões dos jovens portugueses, “que se fecham nos seus quartos
por causa do desemprego”, e às famílias “cujo frigorífico se vai esvaziando”.
“Os políticos, por
seu turno, refugiam-se em questões sem sentido do verdadeiro bem comum e o
sistema bancário, depois de ter imposto a tirania de consumos desnecessários
para atingir metas lucrativas, hoje condiciona o crédito justo às jovens
famílias portuguesas, com taxas abusivas que dificultam o acesso a uma
qualidade de vida com dignidade”, criticou.
Para Jorge Ortiga,
a solução está em Jesus, “o autêntico libertador do povo, porque concede
crédito (atenção) aos mais pobres, defende o ideal da fraternidade”.
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