Jornal i - Lusa
O corte dos
depósitos no Banco de Chipre, que não sejam cobertos pelo fundo de garantia,
poderá chegar aos 60%, dependendo da evolução do banco, atualmente em processo
de reestruturação.
O Banco Central de
Chipre publicou hoje um decreto que determina que, numa fase inicial, 37,5% dos
depósitos acima dos 100.000 euros sejam transformados em ações do banco.
No entanto, esta
proporção pode ser maior, uma vez que 22,5% dos depósitos vão ficar
"congelados" durante 90 dias, período ao fim do qual o montante
correspondente vai ser convertido em ações ou devolvido aos depositantes,
dependendo da situação da instituição financeira.
Os restantes 40%
vão render juros como até agora, mas a sua devolução vai depender da evolução
económica do banco.
O ministro das
Finanças, Mijalis Sarris, que disse há dois dias que as perdas rondam os 40% no
caso dos depósitos não cobertos pelo fundo de garantia, reconheceu hoje que
esse valor pode ser sensivelmente superior.
Em declarações à
estação pública de televisão de Chipre, Sarris explicou os detalhes do decreto
e deu um exemplo: "no caso de um depósito de 200.000 euros no Banco de
Chipre, os primeiros 100.000 euros ficam isentos da taxa e sobre os restantes
100.000 euros é aplicada uma taxa de 37.5%, ou seja 37.500 euros, a que se
podem seguir outros 22.500 euros".
"Por outras
palavras, poderemos aplicar [uma taxa] adicional de 22,5%" se o banco
precisar de mais dinheiro para o resgate, acrescentou o governante cipriota.
O Banco de Chipre
foi submetido a uma ampla reestruturação como contrapartida do acordo do
governo de Nicósia com a 'troika' (composta pelo Fundo Monetário Internacional,
Banco Central Europeu e Comissão Europeia), que inclui também a liquidação do
Banco Popular e a sua divisão num 'banco bom' e num 'banco mau'.
O 'banco bom' fica
com os depósitos inferiores a 100.000 euros e é integrado no Banco de Chipre.
O banco central de
Chipre informou hoje que os depósitos cobertos do Banco Popular já foram transferidos
para o Banco de Chipre.
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