A CPLP nunca esteve
ausente da Guiné-Bissau -- secretário executivo
25 de Março de
2013, 16:22
Bissau, 25 mar
(Lusa) - O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP), Isaac Murade Murargy, afirmou hoje em Bissau que a organização lusófona
nunca esteve ausente da Guiné-Bissau.
À chegada hoje ao
aeroporto internacional de Bissau, Murade Murargy explicou que veio à
Guiné-Bissau com o objetivo de constatar pessoalmente qual a real situação do
país e propor à CPLP a melhor forma de ajudar para encontrar a paz e
estabilidade.
"Venho numa
missão de paz e de amizade da CPLP, trazer a nossa solidariedade para com a
Guiné-Bissau e conhecer melhor a situação neste momento e ver em que medida a
CPLP pode ajudar a encontrar a paz e estabilidade. Esse é o objetivo, conhecer
a situação real do país", afirmou Murargy naquela que é a sua primeira
visita à Guiné-Bissau.
Eleições na
Guiné-Bissau este ano e sem interferências ou ameaças, defende Ramos-Horta
25 de Março de
2013, 17:11
Bissau, 25 mar
(Lusa) - O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José
Ramos-Horta, defendeu que as eleições no país têm de ser este ano e sem
interferências nem ameaças, que serão inaceitáveis para a comunidade
internacional.
Em declarações aos
jornalistas durante o fim de semana em Cacheu (norte), que hoje foram divulgadas,
José Ramos-Horta disse ser muito importante que cada político e militar
guineense ganhe a consciência de que "não poderá haver mais deferimento do
prazo das eleições" e de que as mesmas "terão de ser muito
transparentes, sem interferências dos militares e sem ameaças".
"Porque nenhum
de nós, os atores internacionais, vai aceitar que a comunidade internacional
invista aqui, que queira ajudar, e que no entanto seja testemunha de possíveis
ameaças, de violência, antes ou depois das eleições", justificou.
José Ramos-Horta
disse ainda que os guineenses têm de entender que para convencer a União
Europeia a levantar algumas sanções tem de haver na Guiné-Bissau "um
respeito escrupuloso pelos princípios da democracia, dos direitos humanos e da
justiça".
"Porque
estamos no século XXI e África também está no século XXI. Já não estamos na
década de 60, quando se faziam golpes e se matava com impunidade",
salientou.
O responsável pelo
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS) considerou que o país vive talvez a única e última "janela de
oportunidade" para que as elites política e militar se entendam,
"depois de décadas de problemas, conflitos, ódios e desconfianças, que
arruinaram o país".
A comunidade
internacional, disse, apoiará a Guiné-Bissau se houver uma vontade política
séria de que haja eleições este ano e que seja constituído um governo credível
e legítimo, seguindo-se depois uma também séria reorganização das Forças
Armadas e de todo o Estado guineense.
O momento atual é
"a grande oportunidade. Se essa oportunidade se perder as elites
guineenses é que saberão explicar ao mundo e terão de tentar convencer para
mais uma oportunidade, e mais outra. Mas do que eu sei da comunidade
internacional esta é a última janela de oportunidade", acentuou
Ramos-Horta.
O responsável
admitiu que tem sido difícil defender a Guiné-Bissau junto da comunidade
internacional, de Abuja (Nigéria) a Bruxelas, de Lisboa a Nova Iorque, porque
há "uma enorme falta de crença em relação à Guiné-Bissau", embora
alguns concordem que é necessário "dar outra oportunidade" ao país.
"Estou
convencido de que vão dar, mas depende do que vai acontecer nos próximos
meses", disse.
FP // APN
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