terça-feira, 26 de março de 2013

CPLP ESTEVE E ESTÁ NA GUINÉ-BISSAU, A ONU E RAMOS-HORTA TAMBÉM




A CPLP nunca esteve ausente da Guiné-Bissau -- secretário executivo

25 de Março de 2013, 16:22

Bissau, 25 mar (Lusa) - O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Isaac Murade Murargy, afirmou hoje em Bissau que a organização lusófona nunca esteve ausente da Guiné-Bissau.

À chegada hoje ao aeroporto internacional de Bissau, Murade Murargy explicou que veio à Guiné-Bissau com o objetivo de constatar pessoalmente qual a real situação do país e propor à CPLP a melhor forma de ajudar para encontrar a paz e estabilidade.

"Venho numa missão de paz e de amizade da CPLP, trazer a nossa solidariedade para com a Guiné-Bissau e conhecer melhor a situação neste momento e ver em que medida a CPLP pode ajudar a encontrar a paz e estabilidade. Esse é o objetivo, conhecer a situação real do país", afirmou Murargy naquela que é a sua primeira visita à Guiné-Bissau.

Eleições na Guiné-Bissau este ano e sem interferências ou ameaças, defende Ramos-Horta 

25 de Março de 2013, 17:11

Bissau, 25 mar (Lusa) - O representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, defendeu que as eleições no país têm de ser este ano e sem interferências nem ameaças, que serão inaceitáveis para a comunidade internacional.

Em declarações aos jornalistas durante o fim de semana em Cacheu (norte), que hoje foram divulgadas, José Ramos-Horta disse ser muito importante que cada político e militar guineense ganhe a consciência de que "não poderá haver mais deferimento do prazo das eleições" e de que as mesmas "terão de ser muito transparentes, sem interferências dos militares e sem ameaças".

"Porque nenhum de nós, os atores internacionais, vai aceitar que a comunidade internacional invista aqui, que queira ajudar, e que no entanto seja testemunha de possíveis ameaças, de violência, antes ou depois das eleições", justificou.

José Ramos-Horta disse ainda que os guineenses têm de entender que para convencer a União Europeia a levantar algumas sanções tem de haver na Guiné-Bissau "um respeito escrupuloso pelos princípios da democracia, dos direitos humanos e da justiça".

"Porque estamos no século XXI e África também está no século XXI. Já não estamos na década de 60, quando se faziam golpes e se matava com impunidade", salientou.

O responsável pelo Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) considerou que o país vive talvez a única e última "janela de oportunidade" para que as elites política e militar se entendam, "depois de décadas de problemas, conflitos, ódios e desconfianças, que arruinaram o país".

A comunidade internacional, disse, apoiará a Guiné-Bissau se houver uma vontade política séria de que haja eleições este ano e que seja constituído um governo credível e legítimo, seguindo-se depois uma também séria reorganização das Forças Armadas e de todo o Estado guineense.

O momento atual é "a grande oportunidade. Se essa oportunidade se perder as elites guineenses é que saberão explicar ao mundo e terão de tentar convencer para mais uma oportunidade, e mais outra. Mas do que eu sei da comunidade internacional esta é a última janela de oportunidade", acentuou Ramos-Horta.

O responsável admitiu que tem sido difícil defender a Guiné-Bissau junto da comunidade internacional, de Abuja (Nigéria) a Bruxelas, de Lisboa a Nova Iorque, porque há "uma enorme falta de crença em relação à Guiné-Bissau", embora alguns concordem que é necessário "dar outra oportunidade" ao país.

"Estou convencido de que vão dar, mas depende do que vai acontecer nos próximos meses", disse.

FP // APN

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