terça-feira, 26 de março de 2013

Moçambique: VIOLAÇÃO SEXUAL É “NORMAL” COM A COR DO DINHEIRO, CIRCUNCISÃO




Famílias moçambicanas preferem acordos financeiros nos crimes de violação sexual - ativista direitos da mulher

26 de Março de 2013, 09:08

Maputo, 26 mar (Lusa) - Os casos de violação sexual em Moçambique são frequentemente resolvidos através de "acordos financeiros" entre as famílias, porque a prática ainda é considerada "normal", disse hoje uma ativista dos direitos da mulher.

Maria José, da Liga das Mulheres da África Austral (WLSA), afirmou, num encontro sobre violação sexual em Moçambique, que o crime de violação sexual fica muitas vezes impune, porque os pais preferem negociar pagamentos monetários em vez da responsabilização criminal dos autores.

"A violação sexual ainda é encarada como se fosse algo normal em Moçambique e, por isso, são frequentes os casos em que este tipo de crime acaba sendo resolvido através de acordos financeiros e não através da penalização merecida", disse Maria José.

Segundo a representante da WLSA em Moçambique, os rapazes estão também a ser cada vez mais vítimas de violação sexual, apesar de as meninas continuarem a ser as mais abusadas.

"Em mais de 99 por cento dos casos de violação sexual são meninas e apenas um pequeno número envolve rapazes. Mas também se regista uma tendência crescente do número de casos envolvendo rapazes", declarou Maria José, citando estudos sobre o tema.

Em relação aos autores desta prática, 48 por cento são pessoas desconhecidas pelas suas vítimas e 11 por cento são familiares ou vizinhos.

Por seu turno, Amina Issa, da Organização Não Governamental Action Aid, afirmou que os professores estão entre os autores dos crimes de abuso sexual, desviando-se da sua missão de educadores.

"A violação sexual nas escolas não tem fim, pois os professores, mesmo sabendo quem foi o colega que praticou este crime, não denunciam. Protegem-se entre eles", declarou Amina Issa.

PMA // PJA

Governo quer circuncidar dois milhões de moçambicanos até 2017

26 de Março de 2013, 10:00

Maputo, 25 mar (Lusa) - O governo moçambicano pretende circuncidar cerca de dois milhões de indivíduos do sexo masculino em cinco anos, visando prevenir a infeção com o VIH, vírus que provoca a SIDA.

A iniciativa, uma parceria entre o Ministério da Saúde (MISAU) de Moçambique e uma organização não-governamental da área da saúde, denominada JHPIEGO, vai oferecer serviços gratuitos de pequena cirurgia e circuncisão masculina a homens com idades compreendidas entre os 14 e 49 anos.

Na segunda-feira, as autoridades sanitárias moçambicanas lançaram o Programa Nacional de Expansão de Circuncisão Masculina, aprovado em março de 2009.

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