CEDEAO prolonga
transição na Guiné-Bissau até ao fim do ano
28 de Fevereiro de
2013, 20:31
Bissau, 28 fev
(Lusa) - Os chefes de estado e de governo da Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO) prolongaram hoje o período de transição da
Guiné-Bissau até ao final do ano.
A decisão saiu da
42.ª cimeira ordinária da organização, que decorreu entre quarta-feira e hoje
em Yamoussoukro, na Costa do Marfim.
Segundo o
comunicado final divulgado após a reunião, "a Cimeira decidiu prolongar o
período de transição na Guiné-Bissau até 31 de dezembro de 2013, tendo em conta
o processo em curso na Assembleia Nacional Popular (ANP)".
CEDEAO sugere
eleições na Guiné-Bissau até final do ano, diz PR de transição
28 de Fevereiro de
2013, 19:30
Bissau, 28 fev
(Lusa) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)
considera que a Guiné-Bissau deve de criar condições para realizar eleições
gerais até ao fim do ano, disse hoje o Presidente de transição guineense.
Serifo Nhamadjo
falava aos jornalistas no regresso de uma cimeira que juntou na Costa do Marfim
os líderes dos países da CEDEAO, um encontro que debateu especialmente as
crises no Mali e na Guiné-Bissau.
Segundo o
Presidente de transição trata-se de "uma data indicativa mas condicionada
com a agenda interna". Os guineenses, disse, "têm de ser
corresponsabilizados a apresentar uma data realista, não muito asfixiante e não
muito dilatada, uma data no meio-termo que esteja fundamentada e sobretudo
consensual".
Nas últimas semanas
tem sido discutida na Guiné-Bissau uma data para realizar eleições, na
sequência do golpe de Estado de abril de 2012, visto que já não é possível
realizar eleições em abril deste ano, como estava previsto. Entre os vários
intervenientes do processo surgiram propostas que vão de seis meses a três
anos.
Serifo Nhamadjo
disse que na cimeira resumiu o que tem sido feito na Guiné-Bissau e que os
líderes da comunidade regional elogiaram os esforços e "incentivaram a que
haja maior inclusão", quer nos debates quer nas "atividades de
transição".
Foi-lhe proposto,
disse, que apresentasse uma agenda de transição à Assembleia Nacional Popular
(ANP), para que seja ratificada e depois submetida à comunidade internacional.
Segundo Nhamadjo,
há propostas sobre o que tem de ser feito mas falta agora, durante o mês de
março, concluir o processo "com datas precisas".
"O Presidente
da República está a pilotar um processo nacional, que será depois submetido ao
órgão legislativo que é a ANP. Não é o Presidente a fazer uma agenda, é juntar
esforços nacionais para apresentação na instituição legisladora que é a ANP,
para a validar", afirmou.
Esta semana a ANP e
o governo entraram em rota de colisão, com o presidente do Parlamento a acusar
o governo de dirigir o país sem orçamento e sem programa, tendo já gastado
milhões de euros sem controlo, e de "não estar a fazer nada".
O Presidente de
transição no entanto minimizou a questão, afirmando que o exercício democrático
permite que cada um dê a sua opinião.
"Acredito que
será encontrada uma solução porque estamos num exercício democrático. O
Parlamento terá de fazer o seu trabalho, o governo o dele. E se um fiscaliza o
outro sempre haverá essas pequenas incompreensões", afirmou.
Serifo Nhamadjo
disse ainda aos jornalistas que no âmbito da cimeira se encontrou com o
secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Murade Murargy.
"Acredito que
com o espírito aberto do novo secretário executivo e com a situação atual
interna do país podemos reunir os consensos necessários na comunidade
internacional para que apoiem os esforços internos da Guiné-Bissau. Esse é o
pressentimento e a vontade que constatei", disse.
Serifo disse ter
pedido na cimeira da CEDEAO que a comunidade internacional falasse "a uma
só voz".
"A
Guiné-Bissau não merece ser palco de gladiadores. Queremos que venham ajudar a
gerir esta crise. A Guiné-Bissau sempre geriu mal as suas crises e quero que
aproveitemos essa desgraça para a transformar em oportunidade para resolver os
problemas", disse.
FP //JMR.
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