domingo, 17 de março de 2013

Mais um ano para cumprir défice é “dar mais corda ao enforcado” - Jerónimo de Sousa




SYM – SO - Lusa

O secretário-geral do PCP considerou hoje que a decisão da ‘troika’ de dar mais um ano a Portugal para cumprir o défice, a juntar ao corte de quatro mil milhões de euros, representa “dar mais corda ao enforcado”.

“A decisão do adiamento para mais um ano quer do cumprimento da meta do défice, quer do programa de austeridade suplementar de quatro mil milhões de euros, visa dar mais corda ao enforcado. Não sufocar a vítima de uma vez, aliviar um bocadinho para poderem continuar a explorar o nosso país”, afirmou.

O líder comunista discursava no final de um almoço que assinalou o 92.º aniversário do PCP e que juntou, segundo a organização, cerca de 1.200 pessoas no Pavilhão Multiusos de Arraiolos, no distrito de Évora.

Num discurso de mais de 30 minutos, centrado na sétima avaliação da ‘troika’, Jerónimo de Sousa acusou o Governo e a ‘troika’ de fazerem o “mais descarado exercício da hipocrisia”, alegando que “caracterizar como positiva a avaliação” do programa e da situação do país “é um insulto à inteligência dos portugueses”.

“Então os portugueses não conhecem a realidade da vida e não sabem qual é a situação do país? Como é que uma coisa pode andar bem, quando o país está a andar mal e os portugueses estão a passar mal nas suas vidas, no seu emprego e nos seus direitos?”, questionou.

O secretário-geral do PCP alertou ainda que “o país caminha para o completo descalabro”, dizendo que os resultados da sétima avaliação “confirmam o pior dos receios e as mais graves perspetivas sobre o futuro do país e para as condições de vida dos portugueses”.

“Eles diziam que a recuperação começaria em 2013, depois [passou] para 2014, agora para 2015 e em 2016 logo se vê”, referiu o líder comunista, para chamar o Governo e a ‘troika’ de “pantomineiros”, porque “julgam que podem brincar com os anseios do povo e com o seu futuro”.

“Brincam e enganam, mas até um dia. Até ao dia que o povo quiser, que os derrote e os derrube para procurar uma outra solução para o nosso país”, acrescentou.

Para Jerónimo de Sousa, “tornou-se ainda mais imperiosa e urgente a rutura, não apenas com esta política, mas também com o pacto de agressão”.

Defendeu ainda que a demissão do Governo e a marcação de eleições antecipadas “é a primeira e mais urgente medida para assegurar o futuro do país e dos portugueses”.

“Quem não o faz é, objetivamente, cúmplice do projeto de afundamento do país”, assinalou.

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