Como Fórum Social
Mundial, agora reunido na Tunísia, procura reinventar democracia, superando
antigas “direções” e estimulando autonomia, horizontalidade e múltiplos
protagonismos.
Chico Whitaker,
entrevistado por Inês Castilho, editora da coluna Outra Política –
Outras Palavras
Liberdade, união,
igualdade, autonomia, possibilidade de errar. Com a experiência de quem ajudou
a criar o Fórum Social Mundial – cuja 12ª edição termina neste sábado, 30, na
Tunísia –, e uma visão que atravessa décadas de participação em movimentos
políticos, o arquiteto e ativista Chico Whitaker fala sobre os valores que
sustentam uma nova cultura política.
“Novas formas de
organização dos que querem mudar o mundo implicam ter redes funcionando,
autonomia de todos os membros e um sistema decisório por livre consenso”, diz
ele. “A rede é um processo, uma ligação horizontal entre as pessoas em que a
comunicação se dá entre todos e a adesão a uma proposta se faz por convicção —
não por hierarquia, disciplina ou ordem”, diz. “A novidade é exatamente a
possibilidade de lançar convites no ar e ver quem vem.”
Para Chico, a
cultura política que os Fóruns Sociais expressam é anterior a eles e está
também presente em fenômenos de grande repercussão global, como a Primavera
Árabe, e movimentos como os dos Indignados e o “Occupy”.
Ele atribui às
antigas disputas por maiorias a responsabilidade pela divisão das
organizações de esquerda. “A vontade da maioria é a forma mais democrática. Só
que, quando esta decide, às vezes a minoria que perdeu é de 49%, e esses 49%
criam outro partido. Como alternativa, adotamos a regra do consenso: o valor
passa a ser a união, e não a vitória. Isso permitiu que o FSM continuasse
funcionando. Não nos dividimos.”
Outra novidade
dessa postura política é a possibilidade de errar – o que os psicanalistas
talvez chamassem de aceitação da falta inerente ao humano. Noa Fóruns, isso se
deu pela abertura à experimentação. “Não se pode autorizar só o que vai dar
certo”, diz Chico. “Aceitar o erro é um salto qualitativo na postura da pessoa.
Num quadro de luta pelo poder, ao aceitar que errou você ganha mais adeptos do
que se tivesse afirmado a sua posição.” A esquerda viveu cem anos sob a égide
do leninismo, com quadros disciplinados e estruturas verticalizadas – lembra
Chico. O que estamos vivendo “são grandes mudanças.”
O novo diálogo é
parte do estudo Política Cidadã, que o Instituto Ideafix produziu
por encomenda do IDS (Instuto Democracia e Sustentabilidade) e que o
site publica na seção especial “Outra
Política“. A seguir, a entrevista – cuja edição não foi revisada pelo
autor.
Como você vê a
participação política do brasileiro?
Passou por etapas,
e isso significa reaprendizados. E também por muitos preconceitos, plantados
pela propaganda. Como existe um certo interesse de que as pessoas não se metam
em política, criou-se, subliminarmente, a ideia de que política é coisa em que a
gente não deve se meter, que divide as famílias.
Essas ideias vão
sendo vencidas pela própria ação da sociedade. Com o processo das Diretas Já,
seguido da Constituinte, a ideia de que a política é parte do cotidiano foi
ganhando espaço. Durante a ditadura, participar da política era arriscado, a
moçada viveu quinze anos sem poder falar disso. Mas hoje, tudo que é relativo à
busca coletiva de soluções está crescendo no Brasil.
Quais temas
mobilizam a sociedade brasileira, a seu ver?
Um tema que está
mobilizando atualmente é o da corrupção. Não que haja mais corrupção, pelo
contrário, mas está aparecendo mais. A Polícia Federal está mais eficiente e há
liberdade para falar das coisas – então a imprensa, que tem uma raivinha,
aproveita. Além disso, são temas relacionados às metrópoles e condições de vida
que oferecem. Por exemplo, aqui em São Paulo tem um problema de mobilidade
urbana, de moradia, de gente obrigada a morar na rua.
Reforma agrária foi
um grande tema. Dez anos atrás, 70% da população estava de acordo. Fernando
Henrique perdeu a oportunidade. Então, o Lula entrou à toda, vou fazer, também
não fez nada. O próprio MST diminuiu a sua capacidade organizativa, e o governo
cooptou de dentro, de cima pra baixo, dividiu o MST com cesta de alimento,
Bolsa Família etc. Resultado: o tema saiu do foco. O MST recoloca-o agora, em
outros termos – pequena propriedade, segurança alimentar.
Uma questão que
pode pegar é o problema da alimentação sadia. Agrotóxicos, comida com veneno. O
filme do Silvio Tendler, O veneno está na mesa é uma campanha do MST
e dos movimentos por soberania alimentar. As pessoas estão tomando consciência.
Na Europa estão relacionando doenças novas, como Alzheimer, aos venenos da
alimentação.
A sociedade está
vendo também a desigualdade social. Estou voltando agora da China, é um
problemão por lá. Uma pobreza no meio rural, e a riqueza, milionários no meio
urbano. Eles ainda têm 50% da população rural. Nas pequenas cidades também se
vive em condições muito ruins. E os ricos, os riquíssimos cada vez mais ricos.
A questão ambiental
também é um problema que o pessoal sente. Hoje, não adianta falar em superar
capitalismo, tem que superar o desmonte da Terra, ou da humanidade na Terra,
através da problemática ambiental. Esses grandes desastres, maremotos,
tsunamis, tudo isso vai acordando.
Um tema que ainda
não pegou é a participação na gestão nos conselhos criados pela Constituição em
88 – Conselho da Criança e do Adolescente, conselhos tutelares, conselho de
saúde, de idoso, de jovem. Esses conselhos são pessimamente utilizados pelo
governo. Nas cidades pequenas, é tudo gente do prefeito e dos seus partidários.
Podem ser instrumentos de participação da sociedade nas decisões, mas ainda não
existe uma consciência disso.
As redes sociais
têm um papel no processo de mobilização política?
A novidade na ação
política é exatamente a possibilidade de lançar convites no ar e ver quem vem.
A rede é um processo, uma ligação horizontal entre as pessoas em que a
comunicação se dá entre todos e em que a adesão a uma proposta se faz por
convicção, não por disciplina e ordem. Essa é a diferença.
As redes sociais abrem a possibilidade de jogar propostas e aceita quem se
convence por elas. E como tem uma vontade latente de participar, se as
propostas cabem no que as pessoas sentem, elas pegam. O que aconteceu no norte
da África foi exemplar. Na Tunísia, havia um mal-estar tão grande em relação à
ditadura, à corrupção etc, que quando um vendedeor de frutas se imolou, em
2011, foi a gota d’água – as redes sociais se manifestaram e meio mundo veio
abaixo. Para manifestação de rua, demonstração coletiva de uma determinada
vontade, acho um instrumento espetacular.
Como você vê as
novas formas de ação política?
Estou muito
engajado na proposta dos Fóruns Sociais Mundiais (FSMs), cujo eixo é uma nova
cultura política. Tem uma espécie de slogan – “Outro mundo é possível” – e uma
lógica de rede, de horizontalidade. Os fóruns são autogestionados, quem
organiza atividade não é uma cúpula. As pessoas falam sobre o que querem,
aproveitam o espaço de intercomunicação, horizontal, sem maiores e menores, e
através disso podem aprender uns com os outros, avaliar suas próprias
atividades, encontrar convergências e lançar novas ações, mais amplas, vencendo
as barreiras que às vezes separam os próprios movimentos. O Fórum permite que
eles se encontrem e descubram que podem trabalhar junto.
É uma perspectiva
que está se realizando nessas manifestações atuais. No mundo árabe foi antiditadura,
mas também mais democracia. Na Espanha, é muito nitidamente outra forma de
fazer política – estão questionando os partidos, o governo. E nos Estados
Unidos, o Occupy Wall Street é inacreditavelmente isso.
O que mais
caracteriza a estrutura dos Fóruns Sociais?
Outro item
essencial é que a sociedade civil é um ator político, não um simples joguete
nas mãos de governos ou partidos. Um ator político autônomo em relação a uns e
outros. E atua resistindo, protestando, reivindicando, controlando, fazendo.
Falo das diversas organizações da sociedade civil: sindicatos, movimentos
sociais, ONGs.
Outra questão diz
respeito ao uso das redes sociais, à intercomunicação horizontal, liberdade de
expressão e possibilidade de todos terem todas as informações e assumirem o que
podem assumir.
Nessa perspectiva,
os partidos e os sindicatos teriam que ser totalmente revistos. Os partidos
continuam com cúpulas à margem das bases, sem sistemas horizontais. Um partido
inteligente criaria mecanismos de intercomunicação horizontal entre seus
membros, a mais ampla possível. E mecanismos decisórios também diferentes. No
Fórum, temos instâncias organizativas, como o Conselho Internacional, mas não
um órgão diretor, um board of directors – este dirige, e o Conselho
Internacional simplesmente analisa, propõe e deixa que se faça. Por exemplo,
quem organiza um Fórum Social no Egito? Os egípcios. As organizações sociais
vão se encontrar, se organizar, distribuir tarefas e fazer. O conselho analisa
as propostas que existem pra fazer fóruns e diz: ao que tudo indica, o melhor
lugar pra fazer um agora é no Cairo. Mas não diz: vai ser no Cairo. Depende dos
egípcios quererem.
Outra coisa: nós
percebemos, ali pelas tantas, que não dava pra decidir por voto – a vontade da
maioria, que é a forma mais democrática. Quando a maioria decide, às vezes a
minoria que perdeu é de 49%, e esses 49%, insatisfeitos, criam outro partido. É
típico da esquerda: na Índia, tem o Partido Comunista Chinês, o Partido
Comunista Marxista Chinês, que é o maoista, o Partido Comunista Marxista
Leninista Chinês, que é albanês. O drama da divisão entre a esquerda decorre do
processo decisório. Por isso, adotamos a regra do consenso: há uma decisão a
tomar, discute-se, argumenta-se. Se alguém diz que não está de acordo, um em
150 – evidentemente uma pessoa que representa outras –, então volta-se a
discutir. Discute, discute, discute, e a uma certa altura, pergunta-se: “todo
mundo está de acordo?”. Se ele disser: “não, mas topo que se tome essa decisão,
não vou embora”, a decisão será tomada. O valor passa a ser a união e não a
vitória. É um raciocínio tão diferente que nós mesmos, no começo, às vezes
queríamos votar, porque é muito cansativo. Esse é um segredo que permitiu que o
FSM funcionasse durante onze anos e continue funcionando. O valor da união. Não
nos dividimos.
A experiência do
Fórum Social é muito rica e explodiu mundo afora. Logo depois da Primavera
Árabe, os tunisianos disseram: “começou assim, mas depois nós, os filhos do
Fórum, entramos nisso com força, com outras metodologias, outros valores.” É o
que acontece, por exemplo, em Madri: os Indignados não querem chefia,
não querem porta-voz. O Fórum não tem porta-voz. Quando vou fazer as minhas
palestras por aí, conto o que sei, não represento ninguém, nem o Fórum
propriamente dito.
Novas formas de
organização política implicariam em ter redes, funcionando como redes, porque
grande parte das redes tem um comando, um gancho – se o gancho cai, a rede se
desfaz. O segredo é ter autonomia de todos os membros e um sistema decisório
por livre consenso. E criar plenárias, sistemas de discussão em que se possa usar
a internet. É impressionante a possibilidade que tem a internet de fazer
coisas, e ninguém mandar em ninguém.
Descentralização é
um valor?
Descentralização
com corresponsabilidade. É preciso abrir espaço para a capacidade de iniciativa
e para a experimentação – não se pode autorizar só o que vai dar certo. No
Fórum, temos o princípio de atividades autogestionadas. Qualquer participante
pode inscrever uma atividade: se aparecem só dois gatos pingados, é porque a
proposta era furada. Mas se aparecem cem, ali tem um assunto que pegou. É
deixar que a prática, e não a autoridade, determine a verdade. Esse é o pulo do
gato, uma mudança essencial.
Outro aspecto:
formação das pessoas. É uma coisa que o MST faz esplendidamente, só que baseada
exclusivamente em autores marxistas – e não é por aí. Deve ser formação com
base na prática, interformação. É uma coisa que o PT abandonou. No início,
havia os núcleos do partido, em que o pessoal estudava, mas de repente começou
a luta interna pra tomar conta dos núcleos. Então a direção se destaca da
massa, que passa a ser manobrada.
Apesar de
excessivamente marxistas, os quadros do MST são bem formados. Em Taiwan, onde
estive recentemente, encontrei dois jovens que o MST mandou para conhecer a
experiência de agricultura familiar, agricultura orgânica etc, pensando já em
ir à China depois. Eram dois rapazinhos de extrato popular, extremamente bem
formados, que sabiam articular as coisas, falar, se apresentar. Isso é
impressionante, bonito de ver.
Como vê as novas
gerações vivendo nesse planeta tão pequeno?
Não vejo maiores
problemas, se formos capazes de evitar as tendências perversas, antinatureza e
antifilecidade humana. Fiquei muito impressionado com a China – um bilhão e
quinhentas mil pessoas entrando no esquema do consumismo, portanto carbono,
carros, tudo. E apenas laivos de luta contra isso.
Quando passo por um
porto no Rio de Janeiro e vejo a quantidade de coisas sendo exportadas e
importadas, penso que é preocupante o consumismo e a falta de consciência de
que é um instrumento da máquina capitalista, de produção de lucro, e que pode
acabar com os recursos naturais. Grande parte dos nossos governantes, Itamaraty
à frente, pensando o Brasil como grande potência, tendo o crescimento econômico
como grande valor… é preocupante.
Daí a importância
de novos partidos, que venham com outras propostas. O Lula dizia: “o cara
passou a vida inteira gramando, agora que ele tem possibilidade de comprar um
carrozinho vocês vão tirar?” Não pode, é real.
Como é que se
enfrenta isso?
Tem que enfrentar
com um processo educativo amplo, que use os meios de comunicação. Questionando
a publicidade, por criar valores do “ter sempre mais”. A China é toda voltada
pra ganhar dinheiro, essa é a perspectiva de vida. Ao mesmo tempo, o que se vê
na África é uma tragédia humana. E o que vai a China fazer na África? Comprar
terra e botar gente pra produzir, pra eles se alimentarem, porque não têm terra
nem água suficientes. São desequilíbrios que não são tratados pelo G20, nem
pelas Nações Unidas, e que podem ser desastrosos pro planeta. Estamos numa luta
contra o tempo, o relógio. Até que ponto a consciência disso tudo vai penetrar,
por exemplo, na China?
Podemos ter
esperanças?
Sim, por outro
lado, tem coisas bacanas acontecendo. Por exemplo, os criativos culturais. Uma pesquisa
feita nos Estados Unidos uns anos atrás descobriu que 17% dos norte-americanos
já vivem de modos diferentes do tradicional, opõem-se ao consumismo, a usar
carro pra tudo, querem ser mais do que ter, vivem a solidariedade
internacional. São pequenas ilhas naquele imenso país, mas somam cerca de 50
milhões de pessoas.
Fizeram essa
pesquisa na Europa, e na França o resultado revelou que 25%, de franceses vivem
fora do esquemão consumista. No Japão também, uma porcentagem grande. Aqui no
Brasil, há um monte de criativos culturais – gente que não se preocupa com a
aparência, com os valores típicos da sociedade capitalista burguesa, e busca
outro estilo de vida. O fenômeno denominado criativos culturais está realmente
emergindo, e isso precisaria se tornar conhecido. Um partido novo deveria tomar
como tarefa da formação de seus militantes divulgar esse fato, e tentar se
vincular a esse povo.
São redes, as mais
diversas. Por exemplo: há experiências espetaculares, no Brasil e no mundo,
sobre o dinheiro. Moeda social. Na Alemanha elas se multiplicam – pouca gente
sabe disso. No Brasil, o Paul Singer deu um grande apoio – tem Che, tem
Capivara, dezenas de moedas sociais. O mundo das trocas começou há vinte anos
em São Paulo e se espalhou pelo Brasil. Isso é novidade: uma outra forma de
encarar o dinheiro. E põe o dedo no problema do sistema. Existe na França toda
uma mobilização em torno de novas formas de considerar a riqueza – o que é
riqueza? Questionamento do PIB, com o FIB, a Felicidade Interna Bruta lá do
Butão. Essas coisas estão circulando, o problema é que não são conhecidas. A
mídia não informa.
Como vê o papel da
mídia?
A mídia funciona na
base da publicidade, não da informação. Publica informação sobre aquilo que dá
anunciante – e pra isso fica no mais baixo padrão. Precisava de um partido que
tivesse sua própria mídia, que usasse a mídia de forma diferente.
E o papel dos
partidos, hoje?
Os partidos têm um
papel muito importante, por isso é saudável a criação de novos partidos, com
outra perspectiva. Assim como a empresa tem o lucro no seu DNA – a empresa que
não queira ter lucro morre, não tem jeito –, partido que não lute pelo poder
morre, como partido. Mas é possível ter um partido de outra natureza –
horizontal, que não lute pelo poder. Que seja pluripartidário, com uma espécie
de dupla filiação – gente de diferentes partidos e que também participe de uma
rede partidária, como acontece na prática.
Um partido em cujo
DNA não estaria a tomada do poder?
Sim, como o PT era,
no início – virou eleitoreiro depois. Um partido de formação, de
conscientização. E quem entra nesse partido? Gente de outros partidos que,
neles, luta pra ser eleita. Essa seria uma novidade: uma dupla filiação
partidária. A Constituiçao obriga a ter filiação partidária pra poder ser
candidato, mas isso pode mudar, com candidatos avulsos. Existe na França. Não é
um louco que aparece sozinho e se propõe, mas se 300 cidadãos disserem:
apoiamos esse cara para o cargo de vereador, ele pode se apresentar e ser
eleito.
Mas até mudar a
Constituição para ter candidato avulso vai demorar, porque eles têm medo. Medo
da verdade, medo de perder o poder. Têm de ter sempre razão, não podem errar,
aceitar o erro. Aceitar o erro! É um salto qualitativo na postura da pessoa.
Errei, não sabia, calculei mal, me comportei mal. Quando você toma uma atitude
desse tipo, acende a luzinha para um monte de gente. “É possível não lutar
somente pela própria afirmação?” Já vivi muita experiência desse tipo: num
quadro que é de luta pelo poder, ao aceitar que errou você reúne mais adeptos
do que se tivesse afirmado a sua posição. Falei disso numa palestra em Taiwan e
um professor que estava moderando a conferência falou que é Taoísmo – vou ter
que estudar o que é isso! O poder do não poder. Quem fazia muito esse jogo era
o Vaclav Havel (1936-2011), poeta, dramaturgo, que separou a Tchecoslováquia da
Eslováquia. Quer dizer, tem poder quem tem autoridade moral, e não quem luta
pelo poder. Essa autoridade moral é mais consistente e atraente, principalmente
para o jovem. O mesmo tipo de filosofia de Gandhi, uma forma de não violência.
Um modo novo de atuação política. Vivemos cem anos de esquerda sob a égide do
leninismo, com quadros disciplinados, estruturas verticalizadas. Então, essa é
a mudança.
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