LAS – HB – Lusa –
foto António Silva
A Polícia da
República de Moçambique (PRM) utilizou hoje um canhão de água para dispersar
uma pequena manifestação de veteranos de guerra, junto das instalações onde se
reúne o conselho de ministros, em Maputo, e fez detenções.
Algumas dezenas de
pessoas, na maioria antigos combatentes, acompanhados por mulheres e crianças,
concentraram-se junto do recinto da Feira Popular, em Maputo, a poucos metros
do edifício destinado ao primeiro-ministro e onde, às terças-feiras, se reúne o
conselho de ministros de Moçambique.
Tal como em
concentrações anteriores, os efetivos policiais eram em número superior ao dos
manifestantes, mas a ausência, na Austrália, do Presidente da República, que
preside ao conselho de ministros, mobilizou menos meios da PRM para dispersar
protestos.
No entanto, cerca
das 9:30 da manhã (7:30 em Lisboa), um veículo com canhão de água da PRM surgiu
no local e começou a dispersar a manifestação com jatos de água.
Logo depois,
polícias com capacete e coletes à prova de bala empurraram à força os
manifestantes ao longo da avenida 25 de Setembro, na baixa de Maputo, na altura
completamente engarrafada com trânsito.
Nos passeios,
populares reagiram, moderadamente, com desagrado à violência utilizada e às
detenções, no local, de, pelo menos, três manifestantes, recordando o episódio
brutal de final de fevereiro na África do Sul, quando polícias daquele país,
alegadamente, mataram um taxista moçambicano.
"A atitude da
polícia é bárbara e criminosa, porque nós metemos documentos no Conselho
Municipal a informar que hoje iríamos marchar", disse à Lusa, Hermínio
Santos, líder do Fórum dos Desmobilizados, que organiza as concentrações.
"Vamos
continuar a manifestarmo-nos até ao final, porque isto é uma guerra que
estarmos a travar em Moçambique para a sua independência total",
acrescentou Hermínio Santos.
Os manifestantes,
que integram desmobilizados das forças armadas de Moçambique a também da
Renamo, reivindicam há anos o aumento das suas pensões e o alargamento do
processo a veteranos de guerra que, dizem, ficaram de fora das compensações.
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