terça-feira, 12 de março de 2013

POLÍCIA DISPERSA MANIFESTAÇÃO DE VETERANOS DE GUERRA EM MAPUTO




LAS – HB – Lusa – foto António Silva

A Polícia da República de Moçambique (PRM) utilizou hoje um canhão de água para dispersar uma pequena manifestação de veteranos de guerra, junto das instalações onde se reúne o conselho de ministros, em Maputo, e fez detenções.

Algumas dezenas de pessoas, na maioria antigos combatentes, acompanhados por mulheres e crianças, concentraram-se junto do recinto da Feira Popular, em Maputo, a poucos metros do edifício destinado ao primeiro-ministro e onde, às terças-feiras, se reúne o conselho de ministros de Moçambique.

Tal como em concentrações anteriores, os efetivos policiais eram em número superior ao dos manifestantes, mas a ausência, na Austrália, do Presidente da República, que preside ao conselho de ministros, mobilizou menos meios da PRM para dispersar protestos.

No entanto, cerca das 9:30 da manhã (7:30 em Lisboa), um veículo com canhão de água da PRM surgiu no local e começou a dispersar a manifestação com jatos de água.

Logo depois, polícias com capacete e coletes à prova de bala empurraram à força os manifestantes ao longo da avenida 25 de Setembro, na baixa de Maputo, na altura completamente engarrafada com trânsito.

Nos passeios, populares reagiram, moderadamente, com desagrado à violência utilizada e às detenções, no local, de, pelo menos, três manifestantes, recordando o episódio brutal de final de fevereiro na África do Sul, quando polícias daquele país, alegadamente, mataram um taxista moçambicano.

"A atitude da polícia é bárbara e criminosa, porque nós metemos documentos no Conselho Municipal a informar que hoje iríamos marchar", disse à Lusa, Hermínio Santos, líder do Fórum dos Desmobilizados, que organiza as concentrações.

"Vamos continuar a manifestarmo-nos até ao final, porque isto é uma guerra que estarmos a travar em Moçambique para a sua independência total", acrescentou Hermínio Santos.

Os manifestantes, que integram desmobilizados das forças armadas de Moçambique a também da Renamo, reivindicam há anos o aumento das suas pensões e o alargamento do processo a veteranos de guerra que, dizem, ficaram de fora das compensações.

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