Martinho Júnior,
Luanda
1 ) Há uma linha
que distingue a construção do homem novo angolano e o homem velho que amarra
muitos ao passado.
2 ) Essa linha passou durante muitos anos pelas frentes de combate e hoje está
também presente nos fermentos de paz.
3 ) A ideia da construção do homem novo está associada a uma visão progressista
do mundo, àquilo que identifico como lógica com sentido de vida, que advém do
próprio movimento de libertação em África.
4 ) O homem velho que amarra muitos ao passado, manifesta-se de forma
retrógrada, por vezes oportunista e identifica-se com ideologias no mínimo "conservadoras"
(para alguns ideias próximas até das condutas típicas do fascismo).
5 ) A construção do homem novo implicou e implica imensos sacrifícios, mas a
unidade e a identidade nacional têm sem dúvida um historial que permitiu vencer
as sequelas do passado fascista, colonial e do "apartheid".
6 ) Essa é a trilha justa para Angola, por que voltar alguma vez ao passado é
tornar o esforço de gerações e gerações de patriotas angolanos uma aberração da
história, quando é de facto uma afirmação histórica de resgate e de sublimação
em relação ao passado!
7 ) Julgo que a construção do homem novo está aberta em Angola e é nessa linha
que eu me coloco; em que linha se coloca o Movimento do Protectorado da Lunda
Tchokwe?
Foto: Festival na
Marginal 4 de Fevereiro após inauguração do Museu Nacional Militar.
6 comentários:
O homem novo é um comunista otário
O homem novo nunca será um otário e perverso capitalista!
O homem novo também nunca será um fascista encapotado, ou um sicário do império!
FASCISTINHAS!
Enquanto alguns otários viviam à sombra de regimes ditatoriais no Brasil, os angolanos levantavam-se contra ditaduras fascistas, colonialistas e racistas no outro lado do Atlântico!
Onde andavam (e onde andam) esses otários quando era/é tão precisa, na África Austral levar a cabo a saga de resgate do passado (e do presente), em benefício tão alargado quanto se aspira, de milhões e milhões de seres que vivem ainda à margem do desenvolvimento?
Essa é uma riqueza histórica adquirida com sangue, suor e lágrimas, que em Angola e na África Austral faz parte dos alicerces do homem novo e só os neo fascistas do século XXI a poderão não compreender, ou pô-la em causa!
Não é de admirar por que os neo fascistas de hoje são os herdeiros dos fascistas de ontem e em Angola sabe-se qual é a sua intrínseca identidade... até pelo cheiro!
FAZER RESSURGIR A "AUTENTICITÉ"!
Nem "mapa côr de rosa" (de Angola à contra-costa) da monarquia portuguesa, nem "mapa vermelho" (do Cabo ao Cairo) do imperialismo colonial britânico, mas uma coisa da "autenticité" inspirada nas conjunturas que explorou Mobutu.
De qualquer modo o embrião dum mecanismo de pressão só possível com o capitalismo neo liberal (não há nada como "experimentar", pois o "laboratório" em África dá para todo o tipo de "experiências").
Compare-se os mapas de então (1890), com os mapas actuais do Grupo do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe!
ULTIMATO BRITÂNICO DE 1890:
O Ultimato britânico de 1890 foi um ultimato do governo britânico - chefiado pelo primeiro ministro Lord Salisbury - entregue a 11 de Janeiro de 1890 na forma de um "Memorando" que exigia a Portugal a retirada das forças militares chefiadas pelo major Serpa Pinto do território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola (nos actuais Zimbabwe e Zâmbia), a pretexto de um incidente entre portugueses e Macololos. A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de-rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja, a Moçambique. A concessão de Portugal às exigências britânicas foi vista como uma humilhação nacional pelos republicanos portugueses, que acusaram o governo e o rei D.Carlos I de serem os seus responsáveis. O governo caiu, e António de Serpa Pimentel foi nomeado primeiro-ministro. O Ultimato britânico inspirou a letra do hino nacional português, "A Portuguesa". Foi considerado pelos historiadores Portugueses e políticos da época a acção mais escandalosa e infame da Grã-Bretanha contra o seu antigo aliado.[1]
...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ultimato_brit%C3%A2nico_de_1890
PARA COMPREENDER "ESTES LUNDAS" DE OCASIÃO:
Primeiro foram os escravos, depois o marfim e a borracha e hojje, finalmente... o tempo dos diamantes!
Entenda-se o tempo dos escravos, do marfim e da borracha, os tempos de Silva Porto e leia-se "Silva Porto e os problemas da África portuguesa no século XIX
Por Maria Emília Madeira Santos"...
http://books.google.co.ao/books?id=f4d4qtYuYQYC&lpg=PP1&pg=PA17&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
Assim se compreende melhor, no tempo dos diamantes de hoje e o porquê de suas disputas.
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