Daniel do Rosário,
correspondente em Bruxelas
A Comissão Europeia
espera que Governo adapte "rapidamente" o orçamento para cumprir as
metas negociadas.
A Comissão Europeia espera que o governo "identifique rapidamente" as
medidas que permitam "adaptar" o orçamento de 2013 por forma a
garantir o cumprimento das metas orçamentais negociadas com a troika e
que obrigam Portugal a atingir um défice orçamental de 5,5% do PIB este ano.
Uma formulação
clara, mas que parece afastar-se da postura de maior intransigência assumida
quando do primeiro chumbo do Tribunal Constitucional, em julho do ano passado. Nessa ocasião a Comissão insistiu na ideia de que Portugal tinha que apresentar
medidas alternativas com um impacto orçamental "equivalente",
expressão que foi agora substituída pela necessidade de se "adaptar"
o orçamento ao cumprimento das metas.
Numa primeira
reacção aos acontecimentos em Portugal, Bruxelas rejeita igualmente a
possibilidade de o programa ser renegociado, ao afirmar que "qualquer
afastamento dos objectivos do programa ou a sua renegociação
neutralizaria, na prática, os esforços já efectuados e
alcançados", em particular a confiança dos investidores, e prolongaria as
dificuldades decorrentes do ajustamento.
A Comissão avisa
ainda que uma implementação "continuada e determinada" do programa de
ajustamento é uma "pré-condição" para a aprovação da extensão das
maturidades dos empréstimos pedida pelo Governo português. O assunto vai ser
discutido na reunião do Eurogrupo da próxima sexta-feira (ver artigo
relacionado). Bruxelas diz apenas que continua a apoiar Portugal e que espera
que uma decisão seja tomada "brevemente".
Num comunicado
divulgado já depois das onze da noite de domingo, a Comissão Europeia
"saúda" o facto de, na sequência da decisão do Tribunal
Constitucional, o Governo português ter "confirmado o seu
compromisso" com o programa de ajustamento, "incluindo as suas metas
orçamentais e prazos".
E além de voltar a
alertar para a importância da manutenção de um "consenso forte" em
torno do programa, o executivo comunitário acrescenta agora que é
"essencial que as instituições políticas-chave de Portugal se mantenham
unidas no seu apoio".
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