Boston e arredores é
um local do planeta em estado de sítio. Os EUA estão a braços com uma guerra
interna entre os seus concidadãos – sejam eles desta ou daquela origem. Porque
nos devemos lembrar que a população norte-americana é constituída por uma miscelânea de nacionalidades e origens. Era então a "terra prometida", a terra do "sonho americano e da liberdade". Agora, afinal, é um
inferno.
Os suspeitos do ato
terrorista junto à meta da Maratona de Boston foram detetados e perseguidos. Dessa
perseguição resultou já a morte de um agente da polícia, assassinado por um dos
suspeitos, ao que consta. Também um dos suspeitos foi abatido. O que escapou
com vida daquele confronto está em fuga e tem o rótulo de ser um jovem perigoso
que está na posse de armas letais. A perseguição já acontece há muitas horas. Há muitos dias.
De tudo isto há a
lamentar as três mortes de inocentes por resultado do ato bombista e agora também
a morte de um agente da polícia. É demais. É um preço bastante alto que os cidadãos
dos EUA estão a pagar por via destes morticinios com objetivos vãos. Como foi
afirmado antes no Página Global em artigo de opinião: quem está a tramar-se e apagar a fatura é o mexilhão, o povo inocente. Acontece assim nos EUA, no
Iraque, no Afeganistão, em toda a parte do mundo. Recomende-se que parem com
estas matanças em nome dos valores indiscutíveis que deviam globalmente ser respeitados e garantir
o direito à vida.
Opinião da redação PG
9000 agentes à caça
do "suspeito n.º 2"
MARIA JOÃO GUIMARÃES - Público
O primeiro suspeito morreu numa troca de tiros com a polícia, mas o segundo
conseguiu escapar. Serão de origem russa. A área metropolitana está parada
enquanto a polícia segue a caça ao homem.
Uma perseguição
pela noite dentro e manhã fora, com trocas de tiros, um suspeito morto e outro
em fuga, um polícia morto e outro em estado grave: as autoridades estão a levar
a cabo uma caça ao homem que começou por centrar-se em Watertown, a cerca de 10 quilómetros de
Boston, e se estendeu agora aparentemente a toda a cidade.
Primeiro eram 12
quarteirões fechados em Newton (um subúrbio a cerca de 11 quilómetros do
centro de Boston), onde se tinha dado a troca de tiros em que acabou por morrer
o primeiro suspeito. Mas agora, as autoridades pediram a todos os habitantes de
Boston para se manterem em casa, e não abrirem a porta a ninguém excepto a um
polícia fardado. O pedido foi reforçado pelo Governador do estado do
Massachusetts, Deval Patrick, numa nova conferência de imprensa à tarde.
Estão à procura de
um suspeito de origem russa que já foi nomeado: Dzhokhar A. Tsarnaev, 19
anos (o outro atacante seria o seu irmão, Tamerlan). A imprensa americana diz
que serão originários da Rússia, de uma região perto da Tchetchénia. A Associated
Press diz que estavam nos EUA há cerca de dez anos, outros media dizem há mais
de cinco anos. O pai, Anzor Tsarnaev, que mora na cidade russa de
Makhachkala, falou com a Associated Press ao telefone dizendo que Dzhokhar é
"um anjo". "Ele está no segundo ano de medicina nos EUA. É um
rapaz muito inteligente", declarou - começam a ser divulgados os primeiros
pormenores sobre os dois irmãos.
O espaço aéreo da
zona metropolitana de Boston está fechado, os transportes públicos parados, não
há metro, nem autocarros, nem táxis. "Fiquem fechados em casa",
pediram uma e outra vez as autoridades. O apelo dirige-se a quase um milhão de
habitantes, segundo os media locais.
A operação envolve
nove mil agentes. Tudo está focado no chamado "suspeito n.º 2" e em
Watertown, onde a polícia leva a cabo buscas casa a casa. As televisões
mostraram já imagens de polícias a entrarem numa habitação que se presume ser a
do suspeito e a levarem uma mulher para o exterior. A polícia pediu entretanto
aos media para não comprometerem a operação ao transmitir as imagens das casas
em que está a entrar. À tarde (cerca das 17h45 em Lisboa) a polícia estimava
ter completado "60% a 70% por cento" das buscas. O responsável da
polícia de Boston, Timothy Allen, disse que ainda havia, no entanto,
"muito trabalho a fazer".
O "suspeito
n.º 1", que aparecia nas imagens divulgadas pelo FBI com óculos escuros e
boné preto, está morto, confirmou a polícia. O FBI tinha publicado, há menos de
24h, fotografias
e vídeos dos dois suspeitos e tinha pedido ajuda à população para a
identificação dos suspeitos.
O homem terá
morrido no hospital de Beth Israel, com vários ferimentos. Um dos médicos de
serviço tinha ido para o hospital depois de ouvir o alvoroço em Watertown, onde
mora. Mesmo sem saber do que se tratava, e temendo que pudesse haver
feridos, foi trabalhar. É neste hospital que estão também a ser tratadas várias
vítimas do atentado.
Tudo isto se segue
a um tiroteio, na noite anterior, em Cambridge, entre Boston e Watertown,
no campus do MIT, que levou à morte de um polícia. A polícia
confirmou que os suspeitos do atentado na maratona são também suspeitos da
morte do polícia no MIT, tudo a acontecer num raio
de cerca de 10 quilómetros. Na perseguição, um polícia de trânsito ficou
ferido com gravidade.
A perseguição
acontece menos de uma semana depois do atentado que, na segunda-feira, atingiu
a maratona de Boston (a
mais antiga do mundo, com excepção da maratona olímpica). Duas bombas
artesanais explodiram matando
três pessoas e fazendo mais de 170 feridos, vários com amputações de
pernas ou pés.
As últimas horas
têm sido de uma tensão digna de filme. Um residente em Watertown, Andrew
Kitzenberg, 29 anos, contou ao The New York Times que, da sua janela,
viu parte da perseguição. Dois homens numa troca de tiros “constante” com a
polícia.
Um veículo da
polícia estava a ir contra os dois homens, mas estes dispararam contra ele, até
os polícias perderem o controlo da viatura. Os dois suspeitos tinham ainda uma
bomba, e “ainda no meio da troca de tiros, atiraram-na contra os polícias, mas
não chegou muito longe”. Kiztenberg viu então os homens correr em direcção aos
polícias. Não tem a certeza do que aconteceu ao primeiro, o segundo conseguiu
entrar num veículo da polícia e fugir.
As autoridades não
tinham a certeza se o suspeito terá deixado este carro e seguido a pé, ou se
terá conseguido seguir a fuga noutro carro. Um carro suspeito, cuja matrícula
tinha sido divulgada, foi entretanto apreendido.
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