sexta-feira, 19 de abril de 2013

EUA – BOSTON: UMA CIDADE ATERRORIZADA E EM ESTADO DE SÍTIO




Boston e arredores é um local do planeta em estado de sítio. Os EUA estão a braços com uma guerra interna entre os seus concidadãos – sejam eles desta ou daquela origem. Porque nos devemos lembrar que a população norte-americana é constituída por uma miscelânea de nacionalidades e origens. Era então a "terra prometida", a terra do "sonho americano e da liberdade". Agora, afinal, é um inferno.

Os suspeitos do ato terrorista junto à meta da Maratona de Boston foram detetados e perseguidos. Dessa perseguição resultou já a morte de um agente da polícia, assassinado por um dos suspeitos, ao que consta. Também um dos suspeitos foi abatido. O que escapou com vida daquele confronto está em fuga e tem o rótulo de ser um jovem perigoso que está na posse de armas letais. A perseguição já acontece há muitas horas. Há muitos dias.

De tudo isto há a lamentar as três mortes de inocentes por resultado do ato bombista e agora também a morte de um agente da polícia. É demais. É um preço bastante alto que os cidadãos dos EUA estão a pagar por via destes morticinios com objetivos vãos. Como foi afirmado antes no Página Global em artigo de opinião: quem está a tramar-se e apagar a fatura é o mexilhão, o povo inocente. Acontece assim nos EUA, no Iraque, no Afeganistão, em toda a parte do mundo. Recomende-se que parem com estas matanças em nome dos valores indiscutíveis que deviam globalmente ser respeitados e garantir o direito à vida. 

Opinião da redação PG

9000 agentes à caça do "suspeito n.º 2"


O primeiro suspeito morreu numa troca de tiros com a polícia, mas o segundo conseguiu escapar. Serão de origem russa. A área metropolitana está parada enquanto a polícia segue a caça ao homem.

Uma perseguição pela noite dentro e manhã fora, com trocas de tiros, um suspeito morto e outro em fuga, um polícia morto e outro em estado grave: as autoridades estão a levar a cabo uma caça ao homem que começou por centrar-se em Watertown, a cerca de 10 quilómetros de Boston, e se estendeu agora aparentemente a toda a cidade.

Primeiro eram 12 quarteirões fechados em Newton (um subúrbio a cerca de 11 quilómetros do centro de Boston), onde se tinha dado a troca de tiros em que acabou por morrer o primeiro suspeito. Mas agora, as autoridades pediram a todos os habitantes de Boston para se manterem em casa, e não abrirem a porta a ninguém excepto a um polícia fardado. O pedido foi reforçado pelo Governador do estado do Massachusetts, Deval Patrick, numa nova conferência de imprensa à tarde.

Estão à procura de um suspeito de origem russa que já foi nomeado: Dzhokhar A. Tsarnaev, 19 anos (o outro atacante seria o seu irmão, Tamerlan). A imprensa americana diz que serão originários da Rússia, de uma região perto da Tchetchénia. A Associated Press diz que estavam nos EUA há cerca de dez anos, outros media dizem há mais de cinco anos. O pai, Anzor Tsarnaev, que mora na cidade russa de Makhachkala, falou com a Associated Press ao telefone dizendo que Dzhokhar é "um anjo". "Ele está no segundo ano de medicina nos EUA. É um rapaz muito inteligente", declarou - começam a ser divulgados os primeiros pormenores sobre os dois irmãos.

O espaço aéreo da zona metropolitana de Boston está fechado, os transportes públicos parados, não há metro, nem autocarros, nem táxis. "Fiquem fechados em casa", pediram uma e outra vez as autoridades. O apelo dirige-se a quase um milhão de habitantes, segundo os media locais.

A operação envolve nove mil agentes. Tudo está focado no chamado "suspeito n.º 2" e em Watertown, onde a polícia leva a cabo buscas casa a casa. As televisões mostraram já imagens de polícias a entrarem numa habitação que se presume ser a do suspeito e a levarem uma mulher para o exterior. A polícia pediu entretanto aos media para não comprometerem a operação ao transmitir as imagens das casas em que está a entrar. À tarde (cerca das 17h45 em Lisboa) a polícia estimava ter completado "60% a 70% por cento" das buscas. O responsável da polícia de Boston, Timothy Allen, disse que ainda havia, no entanto, "muito trabalho a fazer".

O "suspeito n.º 1", que aparecia nas imagens divulgadas pelo FBI com óculos escuros e boné preto, está morto, confirmou a polícia. O FBI tinha publicado, há menos de 24h, fotografias e vídeos dos dois suspeitos e tinha pedido ajuda à população para a identificação dos suspeitos.

O homem terá morrido no hospital de Beth Israel, com vários ferimentos. Um dos médicos de serviço tinha ido para o hospital depois de ouvir o alvoroço em Watertown, onde mora. Mesmo sem saber do que se tratava, e  temendo que pudesse haver feridos, foi trabalhar. É neste hospital que estão também a ser tratadas várias vítimas do atentado.

Tudo isto se segue a um tiroteio, na noite anterior, em Cambridge, entre Boston e Watertown, no campus do MIT, que levou à morte de um polícia. A polícia confirmou que os suspeitos do atentado na maratona são também suspeitos da morte do polícia no MIT, tudo a acontecer num raio de cerca de 10 quilómetros. Na perseguição, um polícia de trânsito ficou ferido com gravidade.

A perseguição acontece menos de uma semana depois do atentado que, na segunda-feira, atingiu a maratona de Boston (a mais antiga do mundo, com excepção da maratona olímpica). Duas bombas artesanais explodiram matando três pessoas e fazendo mais de 170 feridos, vários com amputações de pernas ou pés.

As últimas horas têm sido de uma tensão digna de filme. Um residente em Watertown, Andrew Kitzenberg, 29 anos, contou ao The New York Times que, da sua janela, viu parte da perseguição. Dois homens numa troca de tiros “constante” com a polícia.

Um veículo da polícia estava a ir contra os dois homens, mas estes dispararam contra ele, até os polícias perderem o controlo da viatura. Os dois suspeitos tinham ainda uma bomba, e “ainda no meio da troca de tiros, atiraram-na contra os polícias, mas não chegou muito longe”. Kiztenberg viu então os homens correr em direcção aos polícias. Não tem a certeza do que aconteceu ao primeiro, o segundo conseguiu entrar num veículo da polícia e fugir.

As autoridades não tinham a certeza se o suspeito terá deixado este carro e seguido a pé, ou se terá conseguido seguir a fuga noutro carro. Um carro suspeito, cuja matrícula tinha sido divulgada, foi entretanto apreendido.

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