quinta-feira, 4 de abril de 2013

Moçambique: RENAMO QUER O “FERRO E FOGO” PARA O PAÍS, GOVERNO NÃO PERMITE




Militares moçambicanos "instalam-se na serra da Gorongosa", Governo não confirma

03 de Abril de 2013, 11:32

Gorongosa, 03 abr (Lusa) - Militares moçambicanos instalaram-se hoje na serra da Gorongosa, onde está aquartelado desde outubro passado o líder do partido da oposição Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), disseram à Lusa testemunhas, mas o Governo não confirma esta presença.

"Ao fim da tarde de terça-feira vários carros militares chegaram à vila (de Gorongosa) e depois seguiram em sentido norte (da vila). Eram carros verdes com militares fardados e armados e outros estavam tapados com lonas", disse à Lusa um residente local.

O jornalista da Lusa testemunhou, na terça-feira, a passagem, pelo distrito de Gondola, centro de Moçambique, a cerca de 110 quilómetros da Gorongosa, de uma frota de oito viaturas com mantimentos e militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

O contingente militar estava baseado no quartel provincial de Manica, na capital, Chimoio.
"Eram cerca das 17 ou 18 horas quando os carros começaram a chegar, perfilados uns com militares e outros tapados com lona. Já esta manhã, fiquei a saber que, pela madrugada, cercaram a zona de Vunduzi, onde vive o líder da Renamo. Os militares até acenavam para a população quando chegaram e saíram", contou à Lusa um outro residente da vila, que se identificou por Jorge.

Em declarações à Lusa o administrador de Gorongosa, Paulo Majacunene, disse só haver presença da Força de Intervenção Rápida (FIR) na região, para manter a ordem.

"Só esta aqui a FIR, não houve presença de viaturas com militares do exército", disse Paulo Majacunene, descrevendo o ambiente da zona de calma e tranquila por "a população estar a fazer as suas atividades normais, embora a presença de homens armados (da Renamo) preocupar".

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, instalou-se a 15 de Outubro passado na serra da Gorongosa, próximo da sua antiga base militar, para "exigir um diálogo" com o Governo sobre a "reforma compulsiva" dos seus militares nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e o "incumprimento" do Acordo Geral de Paz (AGP).

A Renamo anunciou recentemente o boicote das eleições autárquicas agendadas para 20 de novembro e das gerais, a realizar em 2014, além de uma manifestação à escala nacional a ser organizada pelo partido para reivindicar a atual ordem política do país.

Por sua vez, Manuel Bissopo, Secretário-geral da Renamo, não confirmou nem desmentiu se o "quartel" da Renamo e o seu líder estão cercados, mas garantiu que "qualquer carga militar terá resposta à altura".

"Os que experimentarem atirar para nós terão a devida resposta. Estou seguro que os homens (da Renamo) na Gorongosa estão firmes. Os miúdos (FADM) serão todos mortos, aliás há muito tempo que estamos à espera duma provocação", disse à Lusa Manuel Bissopo.

Ainda segundo a fonte, a Renamo está preparada para enfrentar a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), no poder.
"Só estamos à espera de ver quantos homens a Frelimo vai mandar, porque cinco nossos já bastam", afirmou.

AYAC // MLL

Expulsão de homens da Renamo e ocupação da sua sede para "repor ordem" - Polícia

03 de Abril de 2013, 12:36

Chimoio, 03 mar (Lusa) - A polícia de Manica, centro de Moçambique, admite ter expulsado militantes e ocupado a sede da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) em Gondola, "para repor ordem no distrito", disse hoje à Lusa fonte policial.

Belmiro Mutadiua, porta-voz da Polícia da República de Moçambique, disse que a presença de cerca de 200 homens aquartelados na sede do partido chegou a "constituir um perigo e pânico" para a população local, devido à "estranheza" da sua agenda, das "reuniões clandestinas" que realizavam.

"Tomámos conhecimento da existência de mais de 200 homens aquartelados num lugar sem mínimas condições. A Renamo não comunicou ao Governo local e nem pediu proteção policial da reunião, e a sua presença já constituía ameaça, pelo que dispersámos e colocámos nossos homens na sede", explicou Belmiro Mutadiua.

Um efetivo policial, constituído pela Força de Intervenção Rápida (FIR) e polícias civis e municipais, expulsou hoje os membros da Renamo, principal partido da oposição, e ocupou a sua sede.

Cerca de 200 homens da Renamo, que estavam "aquartelados" há 11 dias naquele distrito, supostamente para participar duma capacitação, foram "escorraçados" e depois escoltados pela polícia, fortemente armada, num percurso de cerca de 600 metros até ao comando local, para prestar depoimentos.

Três membros da Renamo foram detidos, incluindo o delegado distrital, Filipe Machatine, e os restantes soltos sob ordem da polícia para regressarem às suas casas.

"Não houve formalização de detenções, apenas era para prestarem declarações. É que havíamos entrado em contacto com a direção da Renamo, para encontrar um outro lugar com ambiente saudável para colocar os seus homens, mas isso não foi acatado. Não houve disparos e nem feridos", afiançou Belmiro Mutadiua.

A polícia não divulgou o resultado da reunião mantida entre o comando provincial da PRM e os dirigentes da Renamo, admitindo que "será emitido um comunicado oficial".

AYAC // MLL

Polícia atacou base da Renamo no centro de Moçambique e deteve 15 homens

03 de Abril de 2013, 16:17

Beira, 03 abr (Lusa) - A polícia de Sofala atacou na manhã de hoje a sede da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), oposição, no distrito de Chibavava, centro de Moçambique e deteve 15 ex-guerrilheiros ai aquartelados, disse à Lusa fonte policial.

Mateus Mazibe, porta-voz do comando da polícia em Sofala, disse que os agentes usaram gás lacrimogéneo para dispersar cerca de 150 homens da Renamo, aquartelados na sede de Muxungué há duas semanas, onde montaram tendas e praticavam exercícios militares.

"Cerca das sete horas da manhã de hoje, a força policial, usando gás lacrimogéneo, dispersou os indivíduos. Houve detenção de 15 homens devido a resistência, porque não queriam cumprir ordens policiais", disse à Lusa Mateus Mazibe, indicando que a ação da polícia seguiu-se a "numerosos apelos" de populares.

"Eles montaram tendas, construíram cabanas e praticavam treinos militares como se fosse num quartel, então esse tipo de atitude estava a criar insegurança nas pessoas. Por isso, a polícia foi para lá e retirou os homens e agora estamos a monitorar a situação", precisou Mateus Mazibe, admitindo que a polícia continua no local para evitar o seu retorno.

Contudo, não confirmou as três mortes anunciadas no local, admitindo apenas "um ferido", segundo Mazibe, atingido por gás "pois a polícia não usou armas e nem houve troca de tiros".

Os 150 homens da Renamo eram oriundos dos distritos de Chibabava, Búzi e Machanga, sul de Sofala.

Entretanto a polícia apontou a criação de duas sub-bases da Renamo, com homens fardados e armados, em Vunduzi, uma delas próxima da serra onde está aquartelado o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, e, outra em Mucodza, ambas na província de Sofala.

Na terça-feira a polícia invadiu e ocupou a sede da Renamo em Gondola, Manica, cerca de 250 quilómetros de Muxungué.

AYAC // APN

1 comentário:

Anónimo disse...

Lamento bastante a arroganacia do Governo Mocambicano, embora se camafule de ser um governo exemplar, e claro que Mocambique virou uma propriedade da elite da Frelimo. Nao ha respeito pela democracia nem pelo dialogo. Esta situacao podia se evitar muito bem se o Presidente da Republica nao estivesse mais preocupado com a riqueza,nao custa nada responder as exigencias da RENAMO, pois sao legitimas, todos devem sentir - se mocambicano. Vejam por exemplo como tratam o MDM que nem arma tem, ordenam vandalizar as suas bandeiras, detem seus membros sem motivos, fazem tudo que esta ao seu alcance por estarem no poder. A comunidade internacional deve mediar esse problema.
A FRELIMO esta interessada a eglosao do conflito para pedirem apoios externos e estarem a enriquecer os seus bolsos

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