quinta-feira, 4 de abril de 2013

PALHAÇADA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA A QUE CHAMARAM MOÇÃO DE CENSURA




Carlos Tadeu

MOÇÃO DE CENSURA?

“Não foi carne nem peixe”. Este é um termo que em bom português sobre algo significa que “não sabe a nada”, que é algo que “não ata nem desata”, que é improdutivo e inconsequente, que é “um grande faz-de-conta”, que é uma “trampa” sem interesse. Quer dizer que foi um grande “31 de boca” ou “uma grande tanga”. Afinal significa frustração.

E foi. Foi uma enorme frustração a moção de censura apresentada há horas pelo Partido Socialista. A falta de qualidade foi patente. O comprometimento do PS com a atual situação ficou bem explícita. A palhaçada da moção de censura aguçou apetites que depois não satisfizeram a fome dos portugueses famintos. O PS falou, usou e abusou dos critérios adstritos aos seus comparsas, aos seus lobies – que até se confundem e misturam com os do CDS e do PSD. A falta de qualidade dos deputados na AR é quase generalizada. Demonstraram que nem para serventes de limpeza de escarradores servem. Como se justifica ordenados e mordomias tão elevadas estamos para saber. Afinal o banditismo está também na Assembleia da República assumido e exercido por supostos representantes dos interesses dos portugueses e de Portugal.

Esta moção de censura foi um dos momentos mais deploráveis do PS. O Bloco de Esquerda e o PCP aprovaram o que não deviam porque a pobreza e os conluios estavam ali bem explicitados na moderação da dita moção. Os partidos políticos e os deputados (entre outros) estão leviana e descaradamente a brincar com a desgraça que têm causado a Portugal. O debate da moção de censura foi efetivamente uma palhaçada.

Governo e oposições completamente de rastos, sem qualidade nenhuma, o pior do pior ficou demonstrado pelo governo e pelos deputados da dita maioria. Uma desgraça própria de um bando de falsários que falam em evidências e clarividências por falar mas que afinal chafurdam na mesma gamela. Outro modo não há como dizer.

Se a oposição não presta a falta de dom de palavra e de lucidez ainda é mais grave num primeiro-ministro e num governo que está longe do país e da realidade das suas populações. Nesse aspeto os partidos políticos na oposição estão muito mais atualizados. O PS por força das circunstâncias, o PCP e o BE porque faz parte da sua profissão de fé e da importância que tem levar a realidade aos colegas engravatados e estuporados dos outros partidos – os que mais não são que uma máfia em lúcido e progressivo conluio.

Segue-se um compacto de notícias retiradas do Jornal i. Moção de censura que foi uma verdadeira palhaçada. Acabaram por ficar todos muito mal na fotografia.

Deste compacto que se segue sai à cabeça a referência sobre o Tribunal Constitucional. Que saia. O conluio e as promiscuidades dos poderes vão confirmar-se uma vez mais na próxima sexta-feira. A palhaçada alastra-se e continua. Até quando?

Decisão do Tribunal Constitucional é anunciada esta sexta-feira

Jornal i

O Tribunal Constitucional vai anunciar nesta sexta-feira a decisão sobre as reformas do Orçamento do Estado 2013, avança o semanário “Expresso”. São 16 as normas do Orçamento que Cavaco Silva e os partidos da oposição pediram para serem analisadas.

As normas referem-se, sobretudo, à suspensão do subsídio de férias aos funcionários públicos, aos cortes nas horas extraordinárias, à redução dos escalões do IRS, à suspensão de 90% do subsídio de férias a pensionistas, entre outros.

Maioria PSD/CDS-PP chumba Moção de Censura apresentada pelo PS

Jornal i – Lusa

A moção de censura ao Governo apresentada pelo PS foi hoje ‘chumbada' com os votos contra da maioria PSD/CDS-PP que sustenta o executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

Apesar do ‘chumbo' assegurado pelo voto contra das bancadas da maioria, que somou um total de 131 votos, toda a oposição uniu-se no voto favorável à moção de censura socialista.

De um total de 230 deputados, estiveram presentes 228 parlamentares. Votaram contra os 108 deputados do PSD e 23 parlamentares do CDS-PP.

Os votos favoráveis das bancadas da oposição, num total de 97, distribuíram-se da seguinte forma: 73 votos para o PS, 14 para o PCP, oito para o BE e dois para o partido ecologista os Verdes.

À votação da moção de censura apresentada pelo PS faltaram, portanto, dois deputados, um socialista e outro da bancada do CDS-PP.

Para a moção de censura ser aprovada - o que implicava a demissão do Governo - era necessário ter obtido os votos da maioria dos deputados em efetividade de funções.

Esta foi a 24ª moção de censura ao Governo da história da democracia portuguesa e a quarta vez que o executivo de Passos Coelho foi submetido à censura da oposição, em menos de dois anos de governação. 

Passos. Moção do PS é um acto “espantoso” e “até perverso”

Liliana Valente – Jornal i

O primeiro-ministro acusou hoje o Partido Socialista de criar “instabilidade” ao apresentar uma moção de censura ao governo e de estar mais preocupado com o “calendário partidário”. Passos Coelho abriu esta tarde o debate sobre a moção de censura do PS depois de António José Seguro ter discursado, num discurso cheio de adjectivos para qualificar a acção do PS, Passos apontou o dedo aos socialistas dizendo que com isto mais não estão a fazer do que a gerar “instabilidade” e prejudicando a confiança no país. “Por que razão decide o PS criar, então, um clima de instabilidade política e de divergência face ao exterior que é prejudicial ao bom resultado que precisamos de obter para Portugal nestas duas semanas?” E acrescentou que cabe ao PS “construir a alternativa democrática no país, este comportamento radical e dúvidas juntos dos nossos parceiros externos e dos investidores em geral”.

No mesmo tom, o primeiro-ministro questionou: “Com que autoridade censura o PS estes resultados que, no passado, foi ele próprio incapaz de atingir? É realmente espantoso ver o partido que mais aumentou o défice do Estado em Portugal censurar a maioria que o está a diminuir. Ou ver o partido que menos reformas estruturais realizou, quando teve bastante e melhor oportunidade para as concretizar, censurar a maioria que mais reformas tem produzido em Portugal. Ou mesmo ver o partido que mais poupança destruiu e mais desequilíbrio externo provocou censurar a maioria que mais conseguiu elevar a poupança e reduzir o défice da balança corrente.” E concretizou: “É espantoso, para não dizer perverso, que o partido que conduziu o país ao precipício financeiro e que negociou o resgate externo apareça agora a censurar a maioria e o governo apenas porque estamos a cumprir os termos desse resgate e damos a cara pelo ajustamento inevitável a que nos conduziram”.

Além de apontar o dedo ao passado, Passos criticou o PS pelo timing em que apresenta o moção, lembrando que neste momento o país está a negociar as maturidades do empréstimo – um dos pedidos do PS, lembrou – mas também a preparar-se para uma emissão de dívida a dez anos.

"Mais dois anos deste governo seria um pesadelo brutal"

Rita Tavares – Jornal i

Debate da moção de censura do PS começou com uma intervenção de Seguro que acredita haver "uma Primavera política a despontar"

António José Seguro abriu o debate da moção de censura a pedir a cabeça do governo de Pedro Passos Coelho. "Permitir que este governo permaneça em funções por mais dois anos seria um pesadelo brutal. Livrar os portugueses deste governo tornou-se num imperativo nacional".

O líder socialista garantiu no parlamento que a moção do seu partido "oferece uma solução para a crise política" e falou numa "via alternativa, assente no crescimento económico e com rigor orçamental".

E, em resposta às criticas da maioria sobre a falta de propostas alternativas do PS, Seguro insistiu com as cinco propostas do partido - parar com a austeridade, estabilizar a economia, programa de emergência para apoiar desempregados, "estratégia realista para diminuição da dívida pública" e a agenda para o crescimento e o emprego".

Mas Seguro também admitiu que este caminho já não é suficiente, insistindo com a "renegociação profunda do programa de ajustamento" português. Aliás, para o PS, sem a renegociação "é irrealista pensar em cumprir metas e prazos".

Com a moção, que hoje tem o chumbo garantido da maioria, o PS acredita que "nada ficará como antes". Mesmo que a "maioria parlamentar queira manter o governo em coma", afirmou Seguro. No fecho do discurso, o líder do PS foi mais longe e falou mesmo numa "Primavera política a despontar" e num "Abril novo a nascer".

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