Bloco de Esquerda e
PCP acreditam que o Governo prepara um segundo resgate e pedem demissão de
Pedro Passos Coelho
André Rito –
Dinheiro Vivo
"Muitas horas
depois do previsto, tivemos uma mão cheia de coisa nenhuma. Governo não tem
capacidade para decidir. Veio anunciar que vai compensar os resultados
orçamentais com cortes na máquina do Estado", disse o deputado socialista
Pedro Marques, avisando que o PS não está disponível para mais austeridade.
"Cortes são um
erro do ponto de vista económico", afirmou o deputado, na sequência da
conferência de imprensa desta manhã, após um Conselho de Ministros que se
prolongou noite dentro. Mesmo assim, defendeu Pedro Marques, "o Governo
não foi capaz de apresentar nenhuma proposta concreta e nem gerar
consenso" no seio do próprio executivo.
"Já não é a
primeira vez que o Governo, perante dificuldades, não consegue gerar consenso e
tenta lançar a mão ao PS. Governo quer continuar com a mesma política, apesar
de na sociedade portuguesa toda a gente dizer que não aguenta mais austeridade.
Agora quer fazê-lo com o consenso do PS."
Também o Bloco de
Esquerda reagiu esta manhã, reafirmando que o Governo "insiste em medidas
que foram chumbadas pelo TC". "Persiste em estar à margem da lei. É
um caminho sem saída que coloca em colapso o Estado social. Não é solução para
o país. é o caminho da austeridade para todo o sempre. Governo compreende bem
as maldades que está a fazer para o país, está a mais e deve sair."
"É um governo isolado. Não há quem o acompanhe, só a troika o escuta. É um
governo que vive só para a troika, que virou as costas ao país. Da nossa parte,
estando o Governo isolado, consideramos que está a destruir o país. Parece-me
que procura um apoio que não existe e uma legitimidade que já perdeu. Resta-lhe
sair."
Também o PCP
reagiu. "Não é preciso esperar pelos pormenores do próximo OE retificativo
para podermos concluir que assistimos a mais uma encenaçao para manter e
reforçar o caminho de destruição do país imposto pelo memorando da troika. Visa
destruir os serviços públicos em Portugal, as funções sociais do Estado, um
caminho que promove a submissão à chantagem inaceitável de troika em
Portugal", disse o deputado Honório Novo.
Para o PCP, "o
segundo resgate que já está a ser preparado pelo governo". "Por isso
este é o momento não para aceitar esta peça de encenação do Governo, mas o
momento propício a que mais uma vez haja convergência de todos os que
estão interessados numa alternativa política."
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