Antonio Martins –
Outras Palavras, em Blog da Redação
Milhares nas ruas
revivem Primavera Árabe, após condenação de oposicionista por criticar
monarquia e reivindicar reformas. Governo é grande aliado nos EUA, em região
estratégica
Um novo eco da
Primavera Árabe foi ouvido ontem (15/4) em Kuait City , capital de
um dos emirados mais despóticos do Oriente Médio. Milhares de pessoas manifestaram-secontra decisão judicial que condenou a cinco
anos de cadeia o líder oposicionista e ex-deputado Mussallam al-Barrak.
As circunstâncias
da condenação são grotescas. Al-Barrak foi encarcerado (sem direito a recorrer
em liberdade) pelo fato de ter advertido o emir Sabah al-Ahmad al-Sabah, monarca do
Kuait, a evitar um governo ditatorial, durante uma manifestação em outubro. O objetivo do
ato era pedir reforma na legislação eleitoral, criada para manter o país sob
domínio permanente da dinastia real.
Segundo o New
York Times, tanto Kuait quanto Arábia Saudita, dois aliados muito próximos
dos EUA no Oriente Médio, estão aprisionando grande número de oposicionistas nos
últimos seis meses meses, por “delitos” de opinião. As monarquias parecem
amedrontadas pelo aumento da dissidência, e reagem com repressão. A Ong
internacional Human Rights Watch relatou diversas condenações de ativistas, simplesmente por posts
publicados em seus blogs ou mesmo no Twitter. Mas a condição de apoiador da
política externa norte-americana tem poupado o emir de pressões e sanções
internacionais como as que atingem outro regime ditatorial da região: o da
Síria.
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