terça-feira, 16 de abril de 2013

QUEM SE LIXA É O MEXILHÃO - NOS EUA, NO IRAQUE, NO AFEGANISTÃO...



António Veríssimo

O terrorismo fez uma vez mais as suas vítimas, agora em Boston, EUA. Vários mortos e estropiados, centenas de feridos. Gente do povo, o "mexilhão", foram as vítimas. Em Boston foi ontem mas todos os dias a comunicação social nos dá conta da morte de inocentes que entre o povo, o "mexilhão", perde a vida ou fica gravemente ferido, devido a atos terroristas no Iraque, no Afeganistão (países invadidos por tropas dos EUA e de outros países pró-ocidentais). Apesar de serem autênticos atos terroristas, por vezes patrocinados pela ONU, apelidam-nos de danos colaterais... Não, são também atos terroristas.

Exatamente por serem atos que causam a revolta dos povos - do "mexilhão" - é que as políticas e as ações dos EUA são tão odiados. Os EUA, assim, só conseguem ódio e mais ódio. Ódio que dá origem à cegueira e a represálias que vitimam mais inocentes - nessas circunstâncias o povo norte-americano, o "mexilhão". E assim a escalada da violência avança. Se é isto que os diretórios políticos e militares dos EUA desejam devem estar ufanos porque estão a conseguir seus objetivos. E o mexilhão continua a tramar-se, a lixar-se. Melhor dito: esses energúmenos continuam a lixar os povos quase em todo o mundo e a lixar o povo norte-americano. Quando é que esta escalada de violência pára? Quando é que os EUA se convencem que instigam à revolta com as suas políticas e ações também terroristas? E os outros terroristas que levam represálias contra os norte-americanos no seu próprio país quando param?  Quando pára esta espiral de violência? Quando se sentam à mesa de negociações e discutem civilizadamente, sem sofismas, de modo a entenderem-se e respeitarem-se? Quando serão poupadas as vidas dos inocentes? 

Em Boston explodiram bombas que causaram imensas desgraças a simples cidadãos que assistiam a um evento desportivo. Dizem os peritos que o modus operandi indica que as bombas devem ser provenientes de terrorismo doméstico. Que serão norte-americanos que assassinam e ferem norte-americanos. É na mesma terrorismo. Afinal igual ao ordenado pela Casa Branca, pela Alkaeda ou por outros bandos que transbordam de cobardia e desprezo pela vida a que todos nós temos direito.

Para agravar todo este terrifico e inadmissível panorama vimos os EUA com uma enorme cultura de armas letais que só falta serem vendidas em supermercados como a Coca-Cola. Por consequência vamos assistindo a atos tresloucados de norte-americanos que em grupo ou individualmente entram em escolas ou onde melhor aprovam e chacinam crianças, adolescentes, homens, mulheres... Quem lhes aparecer à frente. Terrorismo doméstico, sem dúvida.

A cultura dos EUA atualmente é de provocar a escalada da violência. Fora e dentro do país. Mais que nunca. Os seus próprios cidadãos, mesmo que não ao serviço da Casa Branca já perderam o fio à meada sobre o valor da vida, da liberdade, da democracia e da paz. O sonho americano é defunto e deu lugar à selvajaria, à loucura, à revolta de injustiças praticadas dentro e fora dos EUA. Quase por todo o mundo. Por tudo isso quem se lixa é o mexilhão.

Fiquemos à espera que homens de bem acordem e nos retirem (à população mundial) deste terrível pesadelo. A esperança é sempre a última a morrer. A essa ninguém a assassina ou estropia porque não tem corpo, não é matéria, é somente um sentimento, um sonho que queremos ver e sentir realidade. E quando sonhamos o mundo pula e avança, tal qual diz o poeta. Avancemos para a paz e pelo respeito aos povos, ao mexilhão.

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