MB – APN - Lusa
Bissau, 24 mai
(Lusa) - O presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau
(ANAG), Mamasamba Embaló, afirmou hoje que a campanha de comercialização do
caju "vai muito mal" e instou os agricultores a não vender o produto
aos preços fixados pelo Governo.
O caju é o
principal produto de exportação do país e base de rendimentos de cerca de 85
por cento da população guineense mas o presidente da ANAG entende que não está
a ser comercializado "a preço justo" por culpa do Governo.
"O Governo é o
principal responsável por este desastre que é a campanha deste ano. Comprar o
caju ao preço de 150 francos CFA (22 cêntimos) o quilo nas mãos do agricultor é
levar o agricultor à pobreza extrema", defendeu Embaló, em conferência de
imprensa.
Para o presidente
da ANAG o Governo "falhou" desde a altura em que abriu a campanha de
comercialização do caju sem fixar o preço de referência do produto, afirmando
que o mercado iria tratar disso.
Mamasamba Embaló
diz que os comerciantes se aproveitaram desse facto e começaram a fixar o preço
de compra do caju, prejudicando o agricultor uma vez que quase em todo o país o
produto está a ser comprado a 150 francos CFA o quilo.
"Os camponeses
estão na extrema pobreza com este preço e ainda podem ficar mais pobres a
partir do mês de julho quando a época das chuvas estiver no seu pico. Apelo aos
camponeses para que não vendam o seu caju a 150 francos CFA", afirmou
Mamasamba Embaló.
O presidente da
associação quer que se compre o caju ao produtor pelo menos a 250 francos CFA (38
cêntimos) o quilo, caso contrário pede aos camponeses para que
"corram" com os comerciantes que não aceitam esse preço.
"Aviso aos
comerciantes que não querem comprar o nosso caju a pelo menos 250 francos CFA
que nos deixem em paz. Não nos responsabilizaremos por tudo o que lhes possa
vir a acontecer", defendeu Embalo, que quer a intervenção do Presidente de
transição do país, Serifo Nhamadjo.
O líder dos
agricultores guineenses diz não entender como é possível que o caju da
Guiné-Bissau esteja a ser comprado "às escondidas" na zona da
fronteira com o Senegal a 400 até 450 francos CFA o quilo (mais de 60
cêntimos).
"O problema é
que não nos deixam vender o nosso caju no Senegal, onde temos melhores
preços", acusou Mamasamba Embaló.
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