Kumuênho da Rosa
Noé Jamba e Guimarães Silva, Caxito – Jornal de Angola
O Presidente da
República dirigiu ontem no Caxito, província do Bengo, os trabalhos da Comissão
Económica do Conselho de Ministros, a primeira fora de Luanda, desde a formação
do Governo saído das eleições gerais de 2012.
Antes de reunir a
Equipa Económica, José Eduardo dos Santos manteve um encontro alargado em que
participaram os ministros de Estado da Casa Civil e da Casa de Segurança,
titulares de gabinetes ministeriais e membros do Governo Provincial do Bengo,
com o objectivo de analisar os problemas da província, cuja sede fica a apenas 52 quilómetros de
Luanda.
Descontente com o que encontrou, o Chefe de Estado lamentou constatar, neste
seu regresso à cidade do Caxito, haver “poucas mudanças”, desde a última vez
que visitou o Bengo. “Estivemos cá há muito tempo e, infelizmente, constatamos
que houve poucas mudanças”, disse.
O Presidente também considerou preocupante a falta de iniciativas, mais
concretamente de um plano para o relançamento da produção local com o concurso
do sector privado, apesar do potencial. “Nem sequer está desenhada uma
estratégia para o desenvolvimento da produção e para o surgimento de empresas
ou unidades que possam garantir uma melhor qualidade de prestação de serviços”,
realçou.
O Chefe de Estado apontou o exemplo do projecto de construção de uma
centralidade prevista para a região do Caxito, que não só não foi inscrita no
OGE, como muito menos consta no Plano Nacional de Desenvolvimento. “É de
extrema urgência criar condições de melhor habitação para as populações,
sobretudo, para garantir a fixação de quadros, que devem funcionar localmente
para o desenvolvimento da cidade e da província de uma maneira geral”, alertou.
José Eduardo dos Santos lembrou que o programa do MPLA apresentado nas eleições
de 2012 “criou grandes expectativas à volta dos seus sonhos e da resolução dos
seus problemas e dos problemas desta província”. Nós também estamos aqui,
disse, para “agradecer a estes cidadãos que, mais uma vez, exprimiram a sua
confiança no partido MPLA e na minha pessoa para aprimorar e conduzir os
destinos da Nação angolana”.
O Presidente considerou a ocasião oportuna para falar dos problemas da
província do Bengo, já que o Executivo começou a preparar o programa de
elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2014. “É evidente que na
elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2013 nem todos os problemas
puderam ser convenientemente tratados”, frisou o Presidente.
O Chefe de Estado chamou a atenção para o montante previsto e para a quantidade
de projectos do sector da construção, especialmente na reconstrução de vias
rodoviárias. “No cálculo rápido que fiz, o montante global previsto para a
execução, reabilitação e reconstrução dessas vias rodoviárias e recuperação de
algumas pontes equivale a cerca de mil milhões de dólares (cem mil milhões de
kwanzas). Não é pouca coisa”, frisou.
São inúmeras, realçou, as vias rodoviárias que estão inseridas no OGE de 2013,
em fase de construção e reabilitação, e existem outras que, por insuficiência
de verbas, não foram ainda executadas, mas espera-se que venham a sê-lo em
2014.
O Presidente garantiu estar determinado em dinamizar o quadro económico e
social da província e salientou a necessidade de manter viva a esperança.
“Estamos aqui para dizer aos cidadãos desta província que podemos continuar a
transformar a realidade, realizar os nossos sonhos e garantir melhores
condições de vida para cada um e para todos de uma maneira geral”, referiu.
E indicou o caminho para se retomar o trilho do crescimento. “Precisamos de um
sector empresarial forte, de investidores que, aproveitando as infra-estruturas
que o Governo está a criar, possam realizar investimentos, produzir riqueza e
criar emprego, com base na lógica defendida pelo MPLA na sua campanha: crescer
mais para distribuir melhor”.
Carteira de projectos
O ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, adiantou ontem, à margem da
reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros, que as prioridades para
a província do Bengo são imensas.
A reunião do Caxito fez o balanço da carteira de 12 projectos do sector
rodoviário, que perfazem cerca de 800 quilómetros , cujos
níveis de execução físico-financeira são satisfatórios. Na componente de
pontes, a Comissão Económica recomendou a utilização de métodos e soluções
provisórias, porque a maior partes destas infra-estruturas estão localizadas em
itinerários terciários.
A Comissão Económica recomendou que, no caso das infra-estruturas com
envergadura superior a 30
metros de vão, seja feita uma intervenção de carácter
definitivo. Outro projecto mencionado no balanço tem a ver com as
infra-estruturas integradas da cidade do Caxito, com o concurso público já em
fase adiantada de execução.
Waldemar Pires Alexandre disse que as infra-estruturas do Panguila também
mereceram a atenção da Comissão. Trata-se da execução de um projecto de 1.350
fogos habitacionais, sendo que os primeiros 350 já têm recursos disponíveis. Do
lote consta ainda a construção das infra-estruturas básicas, designadamente uma
estação de tratamento de águas residuais, rede de saneamento básico e uma via
estruturante interna ao projecto do Panguila.
Projectos a executar
Da lista de projectos a executar consta ainda o dique de protecção das margens
do rio Dande, do Caxito ao Porto Quipiri. O Laboratório de Engenharia de Angola
foi instruído no sentido de elaborar um plano de contenção e manutenção do
referido dique.
Outro projecto está voltado para a barragem da Quiminha, onde os trabalhos em
curso se limitam à conservação, manutenção e observação estrutural do
comportamento da barragem. O ministro da Construção garantiu que já foi lançado
um concurso para reabilitação dos equipamentos hidromecânicos. Consta
igualmente da carteira de projectos para próximo ano a construção e
apetrechamento de um hospital materno infantil no Bengo e de um centro de
formação profissional.
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