Fernando Net,
Mbanza Congo - Gabriel Bunga e A. Mualimusi,Ondjiva – Jornal de Angola
Militantes do MPLA
lançaram em várias províncias uma campanha de recolha de bens para ajuda à
população afectada pela seca no sul do país, principalmente no Cunene, onde
mais de 33 mil famílias sofrem com a falta de alimentos, como consequência da
ausência de chuvas, que destruiu culturas e provocou a morte de milhares de
cabeças de gado.
Na província do
Zaire, a campanha foi lançada no sábado pelo primeiro secretário provincial,
Joanes André, na cooperativa agropecuária denominada “Magave”. A população tem
disponível uma lavra de 35
hectares de mandioqueiras, que começaram a ser colhidas
e transportadas em camiões para o Cunene. Foram ainda colhidas duas toneladas
de banana-pão.
“Abraçamos esta iniciativa de beneficência como militantes do partido e
cidadãos angolanos, porque se torna um dever estendermos a mão aos nossos
irmãos que estão carentes”, afirmou o sócio-gerente da cooperativa Magave,
Garcia André.
Fátima Viegas, membro do grupo de acompanhamento do Comité Central do MPLA para
a província do Zaire, que testemunhou a iniciativa dos militantes do seu
partido na região, considerou que esta acção serve de incentivo ao resto do
país.
“O comité provincial do MPLA no Zaire está apenas a cumprir os princípios de
solidariedade defendidos pelo partido. Este gesto serve de incentivo a todos os
comités provinciais e outras forças vivas da sociedade angolana”, notou.
Francisco Abílio Lubamba, um empresário natural do Cunene que opera no ramo da
construção civil no Zaire, disse que a recolha de donativos demonstra um grande
exemplo de irmandade entre os angolanos. “Não temos palavras para agradecer ao
povo solidário do Zaire”, referiu.
Apoios da JMPLA
O primeiro secretário nacional da JMPLA, Sérgio Luther Rescova, pediu à
sociedade para não politizar a seca. Ao falar no acto de entrega de um lote de
bens alimentares à população da localidade de Oifidi, nos arredores da cidade
de Ondjiva, no Cunene, o líder da JMPLA disse que “há uma franja da sociedade
que aproveita os fenómenos naturais, como a seca e as chuvas, para politizar”.
O dirigente juvenil, também deputado à Assembleia Nacional, pediu à população
para estar vigilante em relação àquelas pessoas que procuram fomentar a calúnia
e denegrir a imagem do país. Sérgio Luther Rescova disse que as declarações dos
líderes da UNITA e da CASA-CE, Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku, fora do
país, foram “uma vergonha para o Estado angolano”. Do seu ponto de vista, os
políticos na oposição devem aproveitar o Parlamento para discutir os assuntos
do país. “Não sei como é que uma pessoa que pretende dirigir um país consegue
gastar dinheiro para ir para o exterior e falar mal do seu próprio país. É de
todo desagradável e vergonhoso”, disse, acrescentado que “não há líderes
políticos americanos e europeus que venham a Angola falar mal dos seus próprios
países”.
O primeiro secretário da JMPLA considerou que os políticos angolanos devem
aprender com os bons exemplos de outros políticos da oposição noutros países,
“que consideram modelo”. “Seria de todo agradável esses líderes irem para fora
e dizerem que também estamos a crescer e que há muito que está a ser feito”,
sublinhou. Sérgio Luther Rescova reconheceu que ainda há muito por fazer e
pediu à sociedade para estar unida em momentos de calamidade e apoiar o esforço
do Executivo para acudir as populações que estão a sofrer as consequências da
estiagem no país.
A JMPLA ofereceu arroz, fuba de milho, sal de cozinha, caixas de salsichas,
caixas de óleo alimentar, feijão e outros bens. “Viemos manifestar a nossa
solidariedade à população do Cunene, que neste momento enfrenta a fome devido à
seca”, disse, acrescentado que o apoio vai continuar nos próximos dias.
O dirigente da JMPLA acrescentou que a sua organização vai lançar uma campanha
de recolha de donativos em todo o país. As pessoas que quiserem contribuir,
frisou, devem contactar as estruturaras da JMPLA nas províncias. A finalizar,
elogiou a resposta imediata do Executivo e do Governo Provincial do Cunene.
O governador António Didalelwa disse que toda a província está afectada,
excepto as localidades que estão nas margens dos rios, e que as vítimas vão
precisar de apoios até Maio do próximo ano.
A situação, sublinhou o governador, está controlada, com a intervenção do
Executivo. O Governo Provincial do Cunene já recebeu nove camiões de bens alimentares
do Ministério da Assistência e Reinserção Social, três voos cargueiros do tipo
IL fretados pelos Serviços de Protecção Civil e 50 toneladas de produtos
diversos da Associação dos Jovens Provenientes da Zâmbia (AJAPRAZ).
Foto: Adolfo Dumbo,
Mbanza Congo
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