EMYP – VM - Lusa
Maputo, 22 mai
(Lusa) - O antigo primeiro-ministro angolano Marcolino Moco disse hoje que os
dirigentes portugueses devem estar atentos aos investimentos angolanos
injustificados em Portugal, porque "não é assim que vão reforçar as
relações profundas" com Angola.
Em declarações à
Agência Lusa, em Maputo, Marcolino Moco defendeu que "as pessoas já
começam a não aceitar discursos moderados" sobre a natureza do regime
angolano, e aproveitou para mandar um recado a Portugal.
"As pessoas
começam a não aceitar discursos moderados. Esta mensagem que vá para Portugal,
que continua a permitir que a filha do senhor Presidente [José Eduardo dos
Santos] compre tudo o que há por lá - 20 por cento de um dos maiores bancos que
está lá - sem se pedir explicações de onde é que está a sair o dinheiro",
disse.
Classificando como
"altamente perigosa" a intenção, manifestada em 2012, pelo grupo
Newshold de compra da RTP, o antigo primeiro-ministro angolano [1993-1996]
disse ainda que não é dessa maneira que os dirigentes portugueses conseguirão
reforçar as relações com Angola.
"Mando este
recado: isso [compra da RTP pela Newshold] é altamente perigoso e que não façam
isso, por favor. Não é desta maneira que os dirigentes portugueses vão reforçar
as nossas relações profundas, de sangue e irmandade, para o futuro",
sublinhou o académico.
Marcolino Moco
encontra-se em Maputo para participar na "Conferência Internacional Sobre
Governação da Economia Extrativa" em Moçambique.
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