MB – MAG - Lusa
Bissau, 08 mai
(Lusa) - Dois dirigentes políticos guineenses, que estavam refugiados na sede
da União Europeia (UE) em Bissau, há sete meses, saíram hoje, restando ainda,
no mesmo local, um militar, o general Melciades Fernandes.
Saíram da sede da
UE Tomás Barbosa, secretário de Estado do Ambiente no Governo deposto no golpe
de Estado militar do ano passado, e Ibraima Sow, antigo ministro da Educação e
líder do Partido Popular da Guiné-Bissau.
Permanece na sede
da UE, o general Melciades Gomes Fernandes (o general Manel Mina).
O embaixador da
União Europeia em Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, afirmou que os dois políticos
abandonaram a sede dos "27" por "razões humanitárias".
Três responsáveis
guineenses, dois políticos e um militar, refugiaram-se na sede da UE, em
outubro do ano passado, na sequência do ataque ao quartel dos
"para-comandos", por um grupo de militares. Na versão das
autoridades, estas pessoas estariam em conluio com os militares na preparação
de um golpe de Estado.
"Estas pessoas
foram recolhidas aqui por razões humanitárias e saem, também porque as
condições humanitárias permitem. Estamos contentes por elas, porque estavam
aqui há sete meses, longe das suas famílias. Para nós é um dia feliz, são dois
seres humanos que regressam aos seus lares", observou Gonzalez Ducay.
O responsável
acrescentou: "A União Europeia trabalha para que os direitos humanos sejam
respeitados. Contamos sempre com a solidariedade das Nações Unidas, do senhor
representante Ramos-Horta, do representante da União Africana, do representante
da CEDEAO" (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Sobre a permanência
do general Melciades Fernandes nas instalações da UE, o embaixador Ducay
observou que "é um assunto que está a ser resolvido". A mesma
resposta foi dada aos jornalistas pelo ministro da presidência do Conselho de
Ministros e porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz.
"O problema do
general está em curso, esperamos que, proximamente, tenha um desfecho",
notou Fernando Vaz, que falou para a imprensa, uma vez que o primeiro-ministro
de transição, Rui de Barros, assistiu ao ato, mas abandonou as instalações da
União Europeia antes da saída dos dois políticos.
De acordo com o
porta-voz do Governo de transição, as condições de segurança para os dois
políticos já estão garantidas e saíram das instalações da União Europeia sem
qualquer condição.
"É um ato
humanitário que já devia ter acontecido há muito tempo, mas só foi possível
acontecer hoje. Estes dois cidadãos nacionais voltam a viver em liberdade e
esperemos que, na tranquilidade e na paz. O Governo irá fazer tudo para
garantir que isso aconteça, assegurando a sua segurança", disse Fernando
Vaz.
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