MB – JMR - Lusa
Bissau, 23 mai
(Lusa) - O ex-secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP) Domingos Simões Pereira foi hoje ouvido, na qualidade de declarante, no
Tribunal Militar de Bissau, no âmbito de um processo de alegada tentativa de
golpe de Estado.
À saída da
audiência, Domingos Simões Pereira, acompanhado pelos seus advogados, afirmou
ter sido convocado na qualidade de declarante e que foi com esse estatuto que
abandonou o tribunal.
"Estou a sair
como entrei. Um cidadão nacional. Vim cumprir um dever de cidadania
colocando-me à disposição dos tribunais e espero ter contribuído para
clarificar um assunto que o tribunal queria de facto esclarecer", disse
Simões Pereira.
Acompanhado pelos
advogados Armando Mango (ex-bastonário dos advogados da Guiné-Bissau) e Alberto
Batista Lopes (chefe de gabinete do antigo Presidente guineense Malam Bacai
Sanhá), Domingos Simões Pereira precisou que a sua convocação tem a ver com a
alegada tentativa de golpe de Estado ocorrida no dia 21 de outubro.
"Posso dizer
que tem a ver com o caso 21 de outubro, prestei algumas declarações e foi a
esse nível", observou Simões Pereira, que considera também que o tribunal
quis "tirar a limpo" o facto de o líder da alegada intentona, o
capitão Pansau N'Tchamá (já condenado em tribunal), ter referenciado o seu nome
durante o julgamento.
Domingos Simões
Pereira afirmou que não conhece pessoalmente Pansau N'Tchamá mas espera ter ajudado
a esclarecer as dúvidas do tribunal.
"Nunca conheci
o capitão Pansau N'Tchamá, nunca estive com ele, nunca tivemos qualquer tipo de
contactos", observou Simões Pereira, dizendo ainda que vai continuar com a
sua campanha para a liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), principal força política guineense que deve ir ao congresso
nos próximos tempos.
O advogado Alberto
Lopes afirmou também que o seu constituinte sai do tribunal na qualidade de
declarante.
"Ele foi chamado
como simples declarante, porque no âmbito de um processo o seu nome foi chamado
por uma pessoa. Ele entrou como declarante e sai como declarante,
naturalmente", sublinhou Alberto Lopes.
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