sábado, 4 de maio de 2013

GOVERNO DE CABO VERDE ASSUME “DESCONFORTO” COM TAXA DE HOMICÍDIOS




JSD – ZO - Lusa

Tarrafal de Santiago, Cabo Verde, 04 mai (Lusa) - A ministra da Administração Interna cabo-verdiana afirmou que Cabo Verde não se vai esconder atrás das taxas para dizer que está confortável em relação ao número de homicídios no país, e admitiu que a situação é "preocupante".

Marisa Morais, citada hoje pela Inforpress, reagia aos dados que indicam que Cabo Verde ocupa a 58.ª posição no ranking mundial de homicídios, tabela elaborada pelo Instituto Avante Brasil (IAB) com base nos dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UN-OCHA, na sigla inglesa).

A tabela compara os países listados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012 - Cabo Verde está no 132.º lugar - com as taxas de homicídio em cada um dos 186 Estados avaliados em 2007, em que Cabo Verde ocupa a 58.ª posição, com 56 mortes, uma taxa de 11,6 por cada 100 mil habitantes.

"Temos de nos preocupar, não com a comparação com os outros, porque dentro dessa comparação, naturalmente, há países com taxas por 100 mil habitantes (...), e não nos vamos esconder por trás da taxa para dizer que estamos confortáveis", afirmou.

Salientando não ter ainda tido acesso ao estudo, apenas leu uma notícia na imprensa, Marisa Morais indicou que a situação é "preocupante" e "grave" e para a qual o Governo cabo-verdiano tem tomado medidas para a combater.

"Temos fatores de violência muito fortes na criminalidade contra as pessoas e muitos dos nossos homicídios têm origem no relacionamento interpessoal. Falo da VBG (Violência Baseada no Género) e dos homicídios entre irmãos", acrescentou.

"Muitos desses homicídios estão relacionados com o consumo exponencial do álcool, com questões ligadas ao narcotráfico e com os homicídios inexplicáveis, mas que estão relacionadas com a criminalidade organizada", justificou.

Segundo Marisa Morais, tendo em conta que Cabo Verde "não está confortável", é necessário diminuir a taxa, e, para que tal aconteça, "é preciso trabalhar muito" nas questões ligadas à violência.

"Temos de ter um trabalho muito sério. A nossa taxa de homicídio, neste momento, está em 10 por 100 mil. Não é uma taxa muito grande, mas não nos pode deixar confortáveis. Temos de nos preocupar com isso e temos de trabalhar com muita clareza nesses fatores indutores de violência em Cabo Verde, como o álcool", concluiu.

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