JSD – ZO - Lusa
Tarrafal de
Santiago, Cabo Verde, 04 mai (Lusa) - A ministra da Administração Interna
cabo-verdiana afirmou que Cabo Verde não se vai esconder atrás das taxas para
dizer que está confortável em relação ao número de homicídios no país, e
admitiu que a situação é "preocupante".
Marisa Morais,
citada hoje pela Inforpress, reagia aos dados que indicam que Cabo Verde ocupa
a 58.ª posição no ranking mundial de homicídios, tabela elaborada pelo
Instituto Avante Brasil (IAB) com base nos dados do Escritório das Nações
Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UN-OCHA, na sigla inglesa).
A tabela compara os
países listados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2012 - Cabo Verde
está no 132.º lugar - com as taxas de homicídio em cada um dos 186 Estados
avaliados em 2007, em que Cabo Verde ocupa a 58.ª posição, com 56 mortes, uma
taxa de 11,6 por cada 100 mil habitantes.
"Temos de nos
preocupar, não com a comparação com os outros, porque dentro dessa comparação,
naturalmente, há países com taxas por 100 mil habitantes (...), e não nos vamos
esconder por trás da taxa para dizer que estamos confortáveis", afirmou.
Salientando não ter
ainda tido acesso ao estudo, apenas leu uma notícia na imprensa, Marisa Morais indicou
que a situação é "preocupante" e "grave" e para a qual o
Governo cabo-verdiano tem tomado medidas para a combater.
"Temos fatores
de violência muito fortes na criminalidade contra as pessoas e muitos dos
nossos homicídios têm origem no relacionamento interpessoal. Falo da VBG
(Violência Baseada no Género) e dos homicídios entre irmãos", acrescentou.
"Muitos desses
homicídios estão relacionados com o consumo exponencial do álcool, com questões
ligadas ao narcotráfico e com os homicídios inexplicáveis, mas que estão
relacionadas com a criminalidade organizada", justificou.
Segundo Marisa
Morais, tendo em conta que Cabo Verde "não está confortável", é
necessário diminuir a taxa, e, para que tal aconteça, "é preciso trabalhar
muito" nas questões ligadas à violência.
"Temos de ter
um trabalho muito sério. A nossa taxa de homicídio, neste momento, está em 10
por 100 mil. Não é uma taxa muito grande, mas não nos pode deixar confortáveis.
Temos de nos preocupar com isso e temos de trabalhar com muita clareza nesses
fatores indutores de violência em Cabo Verde, como o álcool", concluiu.
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