CLI – MLL - Lusa
Cidade da Praia, 14
mai (Lusa) - As bancadas parlamentares dos dois maiores partidos
cabo-verdianos, PAICV e MpD, vão retomar esta semana as negociações para
chegarem a um entendimento sobre matérias que exigem dois terços dos votos para
aprovação no parlamento.
Em causa estão
alguns diplomas que aguardam pela aprovação há já algum tempo, como a nomeação
dos membros para o Tribunal Constitucional (TC), Provedoria de Justiça (PJ), do
Conselho da Autoridade Independente Reguladora da Comunicação Social (ARCS) e
da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O líder do grupo
parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder
desde 2001), José Manuel Andrade, disse acreditar que, até ao final do semestre
em curso, as duas bancadas consigam entendimentos em relação a matérias
pendentes e que exijam a maioria de dois terços.
Em declarações à
Inforpress, José Manuel Andrade indicou que os líderes dos dois grupos vão
reunir-se ainda esta semana para prosseguirem as negociações.
Em relação à CNE, o
mandato dos atuais membros já expirou há mais de um ano e, segundo José Manuel
Andrade, é preciso um "forte empenhamento" e "um espírito
negocial de cedências de parte a parte".
"Ainda não
chegámos à designação dos nomes, mas já começámos a abordar os critérios e os
perfis necessários para a consensualização", afirmou, acrescentando
esperar que, ainda no decorrer desta semana, surjam alguns "avanços".
José Manuel Andrade
adiantou, por outro lado, que os responsáveis do Movimento para a Democracia
(MpD, oposição) já estão na posse das propostas do PAICV referentes ao novo
regimento da Assembleia Nacional e ao Estatuto dos Titulares de Cargos
Políticos.
Por sua vez,
Fernando Elísio Freire, líder da bancada do MpD, já tornou público que o seu
grupo está a trabalhar para que haja "consenso" entre os dois maiores
partidos com assento parlamentar.
"Nas
negociações, a posição do MpD é de abertura total para consensos", disse.
As negociações
entre os dois grupos parlamentares iniciaram-se na sequência de um encontro
realizado em abril entre o presidente do MpD, Carlos Veiga, e o
primeiro-ministro, José Maria Neves, que acordaram em viabilizar questões de
regime que estão à espera de aprovação desde a anterior legislatura.
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