EMYP – MLL - Lusa
Maputo, 31 mai
(Lusa) - A mineira brasileira Vale e o Governo moçambicano estão a ser
exortados a acelerarem "o processo de distribuição de terras adequadas
para as comunidades afetadas" pela mina de Moatize, numa petição que
circula na internet.
Com o título
"Vale: Justiça em Moatize agora!", a petição, que está disponível no
sítio Avaaz.org - Petições da Comunidade, e que conta até agora com mais de 150
assinaturas, é dirigida ao Governo moçambicano e à Vale Moçambique.
Na mensagem
explicativa da petição, os seus autores acusam a gigante brasileira de ter
"falhado os compromissos" que assumiu com as comunidades, aquando do
processo de reassentamento, que envolveu 1.365 famílias, apesar de
"continuar a aumentar os seus lucros em terras" africanas.
"Três anos se
passaram e as famílias receberam apenas um hectare de uma terra pobre da qual
não podem mais subsistir. A maioria dessas famílias depende da agricultura e da
olaria para sua sobrevivência", lê-se no texto.
Iniciado no final
de 2009, o polémico processo de reassentamento de Moatize tem sido marcado por várias
ações de protesto organizadas pelas famílias afetadas, tendo a mais recente
ocorrido já este mês, quando dezenas de oleiros cercaram a mina e paralisaram a
linha ferroviária que a Vale utiliza no escoamento de carvão.
"Em 2012,
assistimos à brutal repressão de famílias que protestavam pacificamente. Neste
mês de maio, três moradores foram detidos arbitrariamente durante uma semana e
submetidos a um julgamento sumário por exigirem o cumprimento de promessas e
acordos assumidos pela Vale", afirmam os autores.
Assim, mostrando-se
"indignados com o agravamento da situação", os autores da petição
apelam à empresa que, "em coordenação com o Governo de Moçambique",
acelere o "processo de distribuição de terras adequadas para as
comunidades afetadas pelo projeto Vale, em Moatize".
Há uma semana, a
Human Rights Watch divulgou um estudo no qual acusa o Governo moçambicano e
cinco mineradoras estrangeiras de terem cometido "deficiências
graves" no reassentamento de comunidades afetadas por atividades de
mineração naquela região do centro de Moçambique.
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