Liliana Valente –
Jornal i
O líder do Bloco de
Esquerda, João Semedo, considerou hoje que o primeiro-ministro, ao insistir no
corte das pensões mais não fez do que convidar “o CDS a sair do governo”. Para
o bloquista, que falava aos jornalistas no final da reunião com o primeiro-ministro
sobre as medidas do executivo de promoção do crescimento económico, o CDS só
não sairá do governo se “o ministro Paulo Portas tiver duas caras e dois
discursos: uma cara em Conselho de Ministros e outra quando fala aos
portugueses”.
João Semedo falava
sobre o facto de o primeiro-ministro ter garantido esta manhã no parlamento que
o corte nas pensões (convergência entre a Caixa Geral de Aposentações e a
Segurança Social) se deverá aplicar aos actuais pensionistas. O CDS ainda não
falou sobre esta medida o que tem causado dúvidas uma vez que no domingo
passado, Paulo Portas, numa conferência de imprensa sobre o Documento de
Estratégia Orçamental (DEO) posicionou-se contra a taxa sobre as pensões com o
argumento de que esta reduziria o rendimento disponível e que a redução do
rendimento dos pensionistas por esta via era um limite que não deixaria ser
ultrapassado pelo executivo.
Na reunião com o
governo sobre o outro documento, que contém medidas para promover o crescimento
económico, João Semedo garante que o que o BE fez foi entregar as propostas,
mas que estas vão em sentido contrário ao defendido pelo governo. João Semedo,
que se fez acompanhar de Catarina Martins, Ana Drago e Pedro Filipe Soares, diz
que o BE “não tem expectativas” que o governo venha a incorporar medidas
propostas pelo executivo. “É hora de acabar com a política de austeridade, de
renegociar a dívida e isso implica a demissão do governo. Apresentámos as
nossas propostas para o crescimento da economia, para a emergência social e aprofundamento
da democracia”, disse no final da reunião em declarações aos jornalistas.
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