Sofia Rodrigues - Público - foto Miguel Manso
Presidente da AR
lembra que "as pessoas que vêm às galerias vêm para assistir e não para
participar".
Um grupo de
manifestantes foi retirado ao final desta manhã das galerias da Assembleia da
República depois de gritarem algumas vaias enquanto os deputados do CDS e do
PSD falavam a propósito de petições sobre a extinção de freguesias.
Enquanto saíam os
manifestantes entoaram o Grândola Vila Morena, gritaram alguns insultos aos
deputados e os ânimos exaltaram-se. A questão dos convites para a assistências
nas galerias vai ser debatida em conferência de líderes, decidiu a presidente
da Assembleia da República, Assunção Esteves, depois de um pedido nesse sentido
feito pelo CDS.
Depois de os
manifestantes saírem, alguns deputados pediram a palavra. "É galeria dos
convidados e por isso alguém os convidou a fazer o que fizeram", afirmou
Luís Menezes, vice-presidente da bancada do PSD. Telmo Correia, da bancada do
CDS, disse ser "normal que o protesto exista e é obrigação ouvir essa
tolerância nas várias formas gritadas e até cantadas. Uma coisa é cidadãos que
vêm aqui assistir e expressam a sua indignação outra coisa é se os partidos
trazem claques para insultar os outros partidos". O deputado recebeu um
forte aplauso da bancada da maioria, sobretudo do PSD.
"Claques que
gritam insultos, claques teremos todos, não é aceitável. O que lhe peço é que
essa matéria seja discutida e se assim for que não volte a ser repetida",
acrescentou. Assunção Esteves concordou: "É isso que vai ser ponderado em
conferência de líderes, não se pode dissolver a democracia, se não, não estamos
na ordem democrática, estamos na revolução".
O deputado do PSD
José Manuel Canavarro pediu a palavra para perguntar se podia defender a honra
da sua mãe. "As pessoas que o fazem [insultar] devem ser
identificadas", defendeu. Bernardino Soares, líder da bancada comunista,
partilhou a ideia de que a "questão deve ser discutida na conferência de
líderes", e lembrou que "nunca questionou os convites feitos para a
assistência [nas galerias]". Por último, André Figueiredo, deputado do PS
que estava na última fila, lamentou que "as pessoas sejam
"discriminadas por quem os convida". O episódio terminou com um
esclarecimento de Assunção Esteves: "As pessoas que vêm às galerias vêm
assistir e não para participar".
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