ACL – HB - Lusa
O antigo Presidente
da República Mário Soares afirmou hoje que preferia discutir no Conselho de
Estado a situação atual do país do que o pós-‘troika'.
"Eu gostaria
mais de discutir a situação do país do que a situação da ‘troika', mas não sou
responsável", afirmou Mário Soares, escusando-se a fazer mais comentários
por ser conselheiro de Estado.
O Presidente da
República, Cavaco Silva, convocou o Conselho de Estado para a próxima
segunda-feira, tendo como ordem de trabalhos as "perspetivas da economia
portuguesa no pós-‘troika’, no quadro de uma União Económica e Monetária
efetiva e aprofundada".
Para Mário Soares,
a coligação governamental "continua em perigo" e o líder do CDS-PP e
ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, tinha uma
"linha vermelha" que deixou passar - uma referência à taxa sobre as
pensões - porque "está a ser chantageado".
O antigo Presidente
diz que Paulo Portas "foi humilhado várias vezes" desde que está no
Governo.
"Quando
disseram que ele não era o segundo mas era o terceiro, quando o têm mandado
calar, quando ele diz uma coisa e depois fazem outra, é evidente que é o máximo
da humilhação", afirmou aos jornalistas, retomando uma ideia que
desenvolve hoje num artigo de opinião no Diário de Notícia.
Soares afirmou hoje
"é sempre bom" que o líder do PS e o primeiro-ministro falem, mas
valorizou essencialmente a crítica de António José Seguro à política de
austeridade.
"É sempre bom
falarem, mas que não há duvida que o líder do PS Seguro tem dito sempre o
aquilo que pensa, e bem, e diz que não quer mais austeridade e que está contra
a austeridade, isso não há dúvida que me agrada", afirmou Mário Soares aos
jornalistas.
Falando à margem de
uma apresentação de um livro na fundação com o seu nome, Mário Soares
referia-se ao encontro entre o secretário-geral do PS, António José Seguro, e o
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na quarta-feira.
Os encontros,
pedidos pelo Governo para discutir "a estratégia de crescimento",
arrancaram na sexta-feira com Os Verdes, Bloco de Esquerda e CDS-PP, enquanto
PS, PCP e PSD serão recebidos pelo executivo na quarta-feira.
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