Marta Sequeira – Jornal
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Passos Coelho foi a
Belém no domingo dizer a Cavaco Silva que a sétima avaliação da troika estava
em perigo, porque Paulo Portas se recusava a assinar o documento que defendia a
criação de uma taxa sobre as pensões. Segundo o semanário “Sol”, o primeiro-ministro
informou o Presidente da República que o governo cairia se não fosse fechada a
sétima avaliação.
Passos Coelho chamou os ministros para um Conselho de Ministros extraordinário
e convocou a Comissão Permanente do PSD, para mostrar ao CDS que a ameaça era
real: o governo poderia mesmo cair, caso o CDS recuasse.
Depois de uma tarde de discussão e de tentativa de alteração do documento, o
Conselho de Ministros acabou com um acordo sobre o que propor aos credores e
sobre o que dizer aos jornalistas. “O CDS aceitou excepcionalmente que pudesse
vir a ser considerada a introdução de uma contribuição de sustentabilidade
sobre as pensões”, foi a mensagem passada, lida como um recuo do CDS. João
Almeida, porta-voz do partido, tentou mostrar que não houve recuo do CDS e
Paulo Portas falou em “operação de manipulação”.
No dia seguinte, Passos e Gaspar fizeram declarações públicas admitindo o
compromisso interno para deixar cair a medida e, na terça-feira, Cavaco Silva
garantiu que a informação dada pelo governo “é de que tudo será feito para não
penalizar novamente os pensionistas e reformados”.
Posteriormente, Passos Coelho disse que a taxa pode cair se foram encontradas
alternativas, mas Paulo Portas defende que o governo tem que aplicar já os
cortes nos ministérios para provar à troika que a alternativa é viável.
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