CFF – VM - Lusa
Díli, 20 mai (Lusa)
- O Presidente timorense, Taur Matan Ruak, disse hoje que é preciso saber
passar aos jovens "o exemplo de sacrifício e serviço ao país" dos
heróis da libertação para conseguir criar uma "Nação pacífica, mais segura
e mais rica".
"O nacionalismo
e a liberdade foram sempre instrumentos para desenvolver a sociedade, superar a
pobreza, melhorar as condições de vida e criar uma Nação pacífica, mais segura
e mais rica. Este é o trabalho que temos, agora, à nossa frente. Temos de saber
passar aos jovens o exemplo de sacrifício, serviço ao país, firmeza na luta
pela soberania nacional e outras lições que a história nos ensinou nas últimas
décadas", disse Taur Matan Ruak.
O Presidente
timorense, que discursava hoje nas cerimónias comemorativas do 11.º aniversário
da Independência de Timor-Leste, lembrou a luta de 24 anos pela independência e
soberania do país em relação à vizinha Indonésia, sublinhando a união entre
"líderes e povo, a frente armada, a clandestina e a diplomática".
Taur Matan Ruak,
que cumpre o primeiro ano do seu primeiro mandato presidencial, assinalou que o
11.º aniversário da independência se comemora numa altura em que "o país
entrou numa nova era de desenvolvimento e realização social e económica".
"Trabalharmos
juntos na construção do país que ambicionamos é a melhor homenagem que podemos
prestar aos heróis da libertação nacional", disse.
Em termos
políticos, o Presidente destacou a convergência que tem sido possível entre
Governo e oposição, considerando que "a situação política tem sido cada
vez mais marcada pelo diálogo e concertação".
"As diferenças
políticas enriquecem a sociedade e o debate político tem ajudado a encontrar
formas de unidade na ação, contribuindo para incluir o esforço de todos no
trabalho para uma nova economia e de uma sociedade mais dinâmica",
considerou.
"Estão
reunidas condições para -- todos juntos -- imprimirmos um novo impulso,
decisivo, em direção ao desenvolvimento social e económico", disse.
Entre as
prioridades para o futuro, apontou o aumento da presença do Estado em todo o
país, a criação de polos de desenvolvimento, a modernização de infraestruturas
e o desenvolvimento do setor produtivo.
A nível
internacional, Taur Matan Ruak sublinhou o sucesso da parceria com as Nações
Unidas e adiantou que o país irá continuar a trabalhar na adesão à Associação
das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN).
No âmbito da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), destacou que Timor-Leste irá
presidir à organização por dois anos a partir de 2014 e sublinhou "os
desenvolvimentos positivos" conseguidos na Guiné-Bissau, sem deixar de
expressar satisfação por "ver um filho de Timor" como representante
especial do secretário-geral das Nações Unidas, referindo-se ao antigo Presidente
timorense José Ramos-Horta.
O chefe de Estado
timorense destacou ainda a importância das mulheres no desenvolvimento do país,
considerando que, apesar de o Parlamento timorense ter das taxas mais elevadas
da Ásia em termos de presença feminina, "a contribuição das mulheres para
a sociedade ainda não é suficientemente valorizada".
Taur Matan Ruak
lembrou que a violência doméstica e o abuso sexual "continuam a exigir
atenção e medidas firmes de proteção das vítimas" e saudou "as
mulheres e os homens que contribuem para a proteção das vítimas da
violência".
No discurso, o
Presidente timorense destacou ainda o papel da Igreja Católica em todo o
processo de independência e de transformação do país e apelou a todos para que
participem na construção de uma sociedade melhor.
"O nosso país
atravessa um momento raro, histórico, em que temos a oportunidade de ajudar a
desenhar o nosso futuro e a modernizar a nossa sociedade -- reforçando a nossa
identidade e a vivência dos melhores valores da nossa tradição. Todos os filhos
de Timor são chamados a participar para melhorar a nossa sociedade e o
país", disse.
A República
Democrática de Timor-Leste tornou-se independente da Indonésia, que considerava
a antiga colónia portuguesa a sua 27.ª província, em 20 de maio de 2002, depois
de 24 anos de resistência armada e de um referendo, realizado a 30 de agosto de
1999, em que 80 por cento dos timorenses se manifestaram pela independência do
território.
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