Les Echos, Le
Monde, Handelsblatt, Frankfurter Allgemeine Zeitung – Presseurop – imagem Petar
Pismestrovic
A chanceler e o
Presidente desejam instaurar um governo da zona euro. A ideia corresponderia a
uma alteração da estrutura da UE, considera a imprensa dos dois países. Desde
que o entendimento entre os dois seja duradouro.
Angela Merkel e
François Hollande reconciliaram-se. O “contributo franco-alemão”, anunciado em
30 de maio, assinala a adesão da chanceler alemã às
propostas do Presidente francês sobre a governação da zona euro. Para o
diário económico Les Echos,
É a primeira vez
que Angela Merkel adota tão claramente a tese francesa sobre a necessidade de
cooperação em matéria de políticas, com vista a fazer convergir as economias.
No seu editorial, o
jornal Le Monde especifica as medidas
contidas no texto:
A zona euro vai
dotar-se de um presidente a tempo inteiro, que será encarregado de coordenar as
políticas orçamentais e sociais dos 17 membros da união monetária europeia.
Trata-se de mais um passo no sentido da integração da zona euro. Esta dota-se
da “segunda vertente”, tão cara a Jacques Delors. Um e outro avançam [para a
cooperação] com segundas intenções. Para a Alemanha, essa evolução deve favorecer
as reformas de estruturas destinadas a restabelecer a competitividade da
Europa. Para a França, o governo económico deve contrabalançar o peso do Banco
Central Europeu (BCE).
Na Alemanha, as
reações da imprensa são pouco entusiastas. A Spiegel Online refere que o
Presidente francês optou pela “via da brandura” relativamente à chanceler
alemã. O site deste semanário mostra-se no entanto cético quanto à
tangibilidade de tal “viragem”, apesar de Hollande “se esforçar por estabelecer
um entendimento franco-alemão”.
Para o Handelsblatt, o desejo
de Angela Merkel e de François Hollande de criar o cargo de presidente a tempo
inteiro e de pôr em prática um orçamento independente para a zona euro dá a
impressão de “uma secessão secreta da zona euro em relação à UE”:
A maior surpresa é
a criação de uma comissão separada para a zona euro, dentro do Parlamento
Europeu, que teria a seu cargo o controlo democrático das novas estruturas da
união monetária. Globalmente, a zona euro dá um enorme passo no sentido de
cortar o cordão umbilical com a UE. Para o primeiro-ministro britânico, David
Cameron, que tentou com todas as suas forças evitar este tipo de evolução, esta
quinta-feira deve ter sido uma quinta-feira negra.
Por seu turno, o Frankfurter Allgemeine Zeitung
considera que François Hollande se tornou, desde há muito tempo, um “mestre
em duplicidade”:
Na cena europeia,
afirma o seu empenho nas reformas e no rigor orçamental, mas, quando se trata
do seu país, não tolera os conselhos da Comissão Europeia. A longo prazo, isso
não vai funcionar. A ofensiva europeia de Hollande só será coroada de êxito,
quando ele se revelar um parceiro fiável.
Sem comentários:
Enviar um comentário