JSD – MLL - Lusa
Cidade da Praia, 26
jun (Lusa) - O consumo de álcool, canábis e "crack" são os que têm
maior prevalência no seio familiar, revela um estudo feito a mais de cinco mil
alunos em Cabo Verde e que é hoje apresentado pelo Governo cabo-verdiano.
O estudo, divulgado
na mesma altura em que se celebra o Dia Internacional de Combate às Drogas e
Tráfico Ilícito, é de caráter nacional, contou com o apoio do Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em Cabo Verde e mostra uma análise
sobre o uso de substâncias psicoativas no meio escolar.
O estudo oferece um
"mapeamento dinâmico do consumo nas famílias", permitindo
"focalizar intervenções mais precisas em cada ilha e concelho do
país", explicou à Inforpress a representante do UNODC em Cabo Verde.
Cristina Andrade
adiantou que o estudo envolveu mais de 5.000 alunos e é de "extrema
relevância" para a redefinição dos programas de intervenção e de prevenção
de uso de drogas nas escolas.
"O estudo no
seio das várias famílias cabo-verdianas apresenta uma prevalência no consumo de
álcool, canábis e 'crack' (estupefaciente obtido a partir de cocaína,
bicarbonato de sódio e outras substâncias químicas)", revelou.
O primeiro
inquérito visa perceber a dinâmica do uso nas escolas, por forma a poderem-se
identificar outras variáveis como o contexto familiar, onde os jovens encontram
a substância.
Questionada sobre a
quem cabe a responsabilidade na prevenção e combate à droga, Cristina Andrade
admitiu a dificuldade em apontar o dedo, uma vez que o problema é
"multifacetado e exige a intervenção de todos".
"Todos devem
trabalhar em conjunto na compreensão e análise da situação para resolvermos de
forma integrada as principais preocupações nestas matérias. Cada vez mais
sentimos a necessidade de uma maior implicação das famílias, da sociedade
civil, e de todos neste combate, que não pode ser exclusivamente da
polícia", defendeu.
No que respeita ao
consumo, declarou que o UNODC tem constatado, a nível mundial, que tem havido
um aumento global de consumo das novas substâncias psicoativas, drogas que não
passam pelo controlo internacional, vendidas de forma aberta e que são "extremamente
perigosas para a saúde" dos jovens.
Dados do UNODC
revelam que o tráfico na África Ocidental tem aumentado e, com isso, o consumo
de substâncias, uma vez que, no ano passado, estima-se que cerca de 50 por
cento da cocaína que passa na sub-região oeste-africana aí se mantém,
alimentando um consumo em expansão, contrariamente ao que acontecia antes.
Sem comentários:
Enviar um comentário