Bissau - O novo
ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição da Guiné-Bissau,
Fernando Delfim da Silva, disse sexta-feira, 7 de junho, que vai encetar uma
diplomacia sem confrontação de forma a recuperar a confiança dos parceiros do
país.
Nas suas primeiras
declarações à imprensa, após a posse na Presidência da Republica, Delfim da
Silva anunciou que a sua atuação será tudo menos de confrontação com a
comunidade internacional (o que aconteceu noutros momentos no último ano).
“Não será de
certeza absoluta uma diplomacia de confrontação. Tem de ser uma diplomacia de
aproximação e de criação de condições de confiança. Sem confiança, um país tão
pequeno como a Guiné-Bissau, um país exógeno, sem confiança dos parceiros, não
vai a lado nenhum. A confrontação com os parceiros não leva a lado nenhum”,
observou Delfim da Silva.
O novo responsável
pela diplomacia guineense afirmou que aguarda orientações precisas do
Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, e do primeiro-ministro,
Rui de Barros, mas, desde já, adianta que a Guiné-Bissau deve trabalhar para
recuperar a confiança da comunidade internacional.
“A definição (da
política externa) passará pelo Presidente da Republica e o chefe do Governo,
mas, em linhas gerais, passarão pela normalização, estarmos em transição
significa que temos de criar confiança. Essa é a premissa base. Um Estado de
confiança, um Estado responsável, de resto vou esperar pelas instruções do
Presidente da Republica e do chefe do Governo”, disse Delfim da Silva.
Se acreditarem em
nós “vão abrir as portas que estão fechadas”, sublinhou o novo ministro dos
Negócios Estrangeiros quando questionado sobre a estratégia para fazer
regressar os parceiros, que congelaram ou suspenderam os apoios na sequência do
golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.
Questionado sobre
se sob a sua direcção na diplomacia a Guiné-Bissau continuará a proferir
ameaças de um dia abandonar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
tal como fizera o seu antecessor, Faustino Imbali, o novo ministro dos Negócios
Estrangeiros guineense disse que a Guiné-Bissau é membro fundador da comunidade
de países lusófonos.
“Não tenho
competência para dizer isso. Estamos lá, nós somos fundadores da CPLP”,
destacou Delfim da Silva, até aqui professor na Escola Portuguesa de Bissau e
comentador político.
Em relação à sua
reentrada no Governo do país, de onde saiu em 1998 na sequência do conflito
político e militar iniciado justamente a 07 de Junho desse ano (e que durou 11
meses levando à deposição do então Presidente ‘Nino’ Vieira por uma Junta
Militar), Delfim da Silva frisou que entende ser seu dever ajudar o país.
“São imperativos de
servir o país, é uma necessidade para seis meses”, disse o chefe da diplomacia
guineense, referindo-se ao horizonte temporal do executivo que deve culminar no
final deste ano com a realização de eleições gerais.
Angola Press
Sem comentários:
Enviar um comentário