sábado, 8 de junho de 2013

LULA É REVERENCIADO NA AMÉRICA LATINA COMO LÍDER DA NAÇÃO BRASILEIRA

 


Correio do Brasil, com ACSs - de Quito
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta capital, a homenagem do presidente Rafael Correa, que lhe conferiu a medalha da Ordem Nacional de San Lorenzo, a mais antiga do país, instituída por ocasião da independência do Equador, em 1809. Posteriormente, Lula falou no Teatro Nacional de la Casa de La Cultura a uma plateia de mais de dois mil equatorianos sobre as conquistas e desafios da integração latino-americana, um dos eixos de trabalho do Instituto Lula. À noite, Lula e Rafael Correa jantaram juntos.
 
Durante a entrega da condecoração a Lula, Rafael Correa destacou a importância do Brasil para a América Latina, “um país onde tudo se conta com seis ou até sete zeros e Lula soube contar com o coração para mudar a vida de milhões de pessoas”. Correa disse que o ex-presidente brasileiro, por seu trabalho em favor da democracia, da diminuição das desigualdades e pela aproximação entre os povos latino-americanos, “é um do maiores artífices modernos da grande pátria com que sonhamos”.
 
– É um privilégio, para mim, conceder-lhe a condecoração da Ordem Nacional de San Lorenzo como demonstração de respeito, admiração e carinho profundo que sente nosso povo pelo presidente Lula – afirmou Correa.
 
Em seu discurso, o presidente Correa lembrou as origens de Lula e disse que ele é um dos principais protagonistas das transformações pelas quais o continente vem passando.
 
Recém-eleito para o seu terceiro mandato, Correa acrescentou que Lula é merecedor da condecoração por seu trabalho pela democracia, pela integração da América Latina, na luta contra a pobreza e por promover a aproximação e a amizade natural entre os povos brasileiro e equatoriano.
 
Bolsa Família
 
Lula, por sua vez, voltou ao tema que embalou seus dois mandatos, no Brasil, e pregou uma política voltada em favor dos pobres. O tema foi abordado enquanto ele esteve na Colômbia, no Peru e, na noite passada, no Equador.
 
O líder brasileiro destacou também o papel dos governos de esquerda na América Latina, que passaram a olhar os pobres não mais como problema, mas como solução. Contou que o Bolsa Família, que muitos no Brasil chamavam de puro assistencialismo, foi essencial para que o Brasil não sofresse mais com a crise internacional. “O dinheiro na mão do pobre faz a economia girar, e é por isso que a América Latina dá certo”.
 
O programa de transferência de renda do governo federal lançado durante sua gestão teve que enfrentar, segundo Lula, críticos que diziam que era impossível aumentar o salário mínimo sem aumentar a inflação. O ex-presidente lembrou que o salário mínimo teve aumento em todos os anos de seu governo, sem causar inflação. Pelo contrário, lembrou, 36 milhões de pessoas saíram da miséria, 40 milhões ascenderam à classe média e foram criados 20 milhões de empregos formais.
 
Lula lembrou da época em que todas as atenções dos governos latino-americanos estavam voltadas apenas para Estados Unidos e Europa.
 
– A corrente comercial no Mercosul era de apenas US$ 10 bilhões. Dez anos depois está em US$ 50 bilhões. Na América do Sul, subimos de US$ 15 para US$ 70 bilhões; e, na América Latina, de US$ 20 para mais de US$ 90 bilhões – contabiliza.
 
Mas essa integração não pode ser apenas comercial, como destacou o ex-presidente. Depois que deixou a Presidência e fundou o instituto que leva seu nome, Lula tem trabalhado pela integração latino-americana.
 
– É preciso criar uma doutrina de integração latino-americana. Por isso estou me dedicando a falar com estudantes, sindicalistas, intelectuais, empresários, movimentos sociais… – afirmou.
 
Como no encontro com jovens em Lima, no Peru, Lula concluiu seu discurso com palavras de incentivo aos equatorianos para que participem da política.
 
– O político perfeito que nós queremos não precisa estar dentro do outro, pode estar dentro de nós. A América Latina necessita muito de vocês para que nunca mais haja retrocesso. Muitos têm preconceito contra a política, dizem que não gostam de política. Mas saibam que fora da política não há solução. Todas as vezes em que a humanidade renegou a política, o que veio depois foi muito pior – concluiu.
 

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