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Imagens/Paulo Spranger
Na freguesia do
Lumiar há, a partir de hoje, uma avenida com o nome do histórico líder
comunista português. Na cerimónia de inauguração, Jerónimo de Sousa lembrou o
vasto legado de Álvaro Cunhal, enquanto o autarca António Costa apelou à
«convergência».
Na cerimónia, que
decorreu sob chuva fraca e foi acompanhada por dezenas de pessoas, estive
presente a irmã do antigo líder do PCP, Eugénia Cunhal, que declarou estar
comovida com a homenagem prestada ao seu irmão, falecido em 2005.
Também presentes
estiveram o atual secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, entre outros
dirigentes e militantes comunistas.
Depois de Jerónimo
de Sousa ter enaltecido a vida e a obra de Álvaro Cunhal, numa tribuna
instalada pela Câmara Municipal de Lisboa, António Costa referiu-se ao líder
histórico do PCP de forma elogiosa, apontou-o como uma figura marcante do
século XX português e um exemplo, a partir do qual fez um apelo à
«convergência», sem identificar a quem se dirigia.
O autarca
socialista considerou que o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal acontece
num tempo difícil, que interpela, desafia e responsabiliza a todos.
«Este tempo exige a
nossa intervenção e não a nossa indiferença, a nossa ação e não a nossa
submissão, a nossa convergência no essencial e não a nossa divisão no
acessório. Precisamos de ideias, de causas, de esperança e de confiança no
futuro», afirmou.
«Penso que o melhor
tributo que podemos prestar a Álvaro Cunhal é olhar para aquilo que na sua vida
e na sua luta nos pode inspirar, unir e mobilizar. Falo no seu exemplo de
seriedade pessoal, da coragem na adversidade, da audácia na ação, da capacidade
de resistir e de persistir, da clareza nos propósitos e objetivos, da firmeza e
da tenacidade na luta», acrescentou.
«Ao atribuir o nome
de Álvaro Cunhal a uma avenida da nossa cidade, a Câmara Municipal de Lisboa
cumpre a sua responsabilidade institucional na construção de uma memória
coletiva aberta, plural, tolerante e atualizada», defendeu, acrescentando mais
tarde que o líder histórico do PCP «era uma figura imprescindível no espaço
público da cidade de Lisboa».
Por sua vez, o
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse que o «percurso de
revolucionário corajoso e íntegro» de Álvaro Cunhal permanecerá na «memória
coletiva como uma referência e uma fonte de inspiração para as gerações
vindouras, guiadas pelos ideais da liberdade, da democracia, da justiça social,
pela construção de uma sociedade nova liberta de todas as formas de opressão e
da exploração».
No final da
cerimónia, a banda do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa tocou "A
Internacional".
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