IMA (SIM) CC - Lusa
O secretário-geral
da Federação Nacional de Professores (FNE) declarou hoje não ter “nenhuma
reserva” a que sejam conhecidos os custos dos sindicatos de professores, mas
pediu um levantamento de todos os custos da democracia, incluindo o dos
partidos políticos.
João Dias da Silva
reagia desta forma, em declarações à Lusa, a uma questão que os deputados da
Juventude Social-Democrata (JSD) enviaram ao Ministério da Educação e Ciência,
no sentido de saber o custo para o Estado dos sindicatos da educação.
O líder da FNE
sublinhou que não há no setor da educação, como em qualquer setor da
administração pública e até mesmo no privado, “qualquer transferência de
dinheiro para as organizações sindicais”, porque “a lei não o prevê”.
O que está
previsto, explicou, é a negociação entre sindicatos e empresas das condições a
aplicar para o exercício da atividade sindical, e que são, sublinhou,
“essenciais para que existam sindicatos livres, independentes e democráticos”.
“É bom que haja
transparência, admitimos que sim, mas que não nos situemos apenas nos
sindicatos de professores. Façam um levantamento de tudo o que impõe o custo do
funcionamento da democracia: dos partidos políticos e das diferentes entidades
de participação social. Sobretudo não se faça isto no sentido de se por em
causa ou limitar a sua ação, porque os sindicatos são elementos fundamentais do
funcionamento da democracia”, defendeu Dias da Silva.
“Não há da nossa
parte nenhuma reserva a que seja conhecido, mas que a ser conhecido que se
conheça todo o impacto do funcionamento da democracia no nosso país”,
acrescentou.
O secretário-geral
da FNE não quis criticar o “sentido de oportunidade” da JSD pela altura em que
resolveu questionar o MEC sobre esta matéria – ministério e professores voltam
a reunir-se no dia 24 para negociar a mobilidade especial – mas frisou que
“cada um fica com os atos praticados, no tempo em que os pratica”.
Dias da Silva
afirmou ainda que não se sente condicionado, nem “condicionável” pela questão
levantada pela JSD.
Num requerimento
dirigido ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) e hoje entregue no
Parlamento, o deputado social-democrata Hugo Soares perguntou "quantos
sindicatos existem no setor da Educação", qual o "valor transferido
para os sindicatos durante o ano de 2012 e orçamentado para 2013" e como
são discriminados os gastos.
"Acho legítimo
que se saiba quanto custam os representantes do povo na Assembleia da
República, acho legítimo que se saiba quanto custam os presidentes de câmara,
as juntas de freguesia. E não é legítimo eu perguntar quanto custam os
sindicatos na Educação, quanto é que pagamos de impostos para os sindicatos que
na segunda-feira passada puseram em causa o futuro de milhares de jovens
portugueses?", questionou o deputado Hugo Soares.
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