MYB – MLL - Lusa
São Tomé, 06 jun
(Lusa) - O capitão-de-mar-e-guerra português Henrique Eduardo Gouveia e Melo
disse hoje que São Tomé e Príncipe tem que se aliar à comunidade internacional
para fazer face à pirataria marítima, que "já é um problema no Golfo da
Guiné".
"As
autoridades devem juntar-se à comunidade internacional, participarem nos
esforços da comunidade internacional na contenção deste problema, que é um
problema comum, e com o apoio da comunidade internacional não terão
problemas", disse o militar português.
Numa palestra sobre
"conhecimento institucional marítimo", proferida para militares e
forças de segurança, Henrique Gouveia e Melo lembrou que "já tem havido
problemas nas águas jurisdicionais de São Tomé e Príncipe".
A palestra decorreu
no Centro de Instrução Militar e as mensagens tinham como destinatários mais
diretos os militares, polícia, guarda costeira e serviço de migração e
fronteira.
No encontro, onde
também estiveram presentes o ministro são-tomense da Defesa e Ordem Interna,
Óscar Sousa, e a embaixadora de Portugal em São Tomé e Príncipe, Paula Silva,
que o capitão-de-mar-e-guerra português alertou que o Golfo da Guiné "é
uma zona problemática" e que São Tomé e Príncipe tem que fazer uma opção.
Henrique Gouveia e
Melo frisou que a pirataria está a tomar conta do Golfo da Guiné, que também
está a transformar-se em "rota para a passagem de drogas, como o ópio, a
cocaína e a heroína".
São Tomé e
Príncipe, apesar de estar situado nessa região, tem ainda a possibilidade de
travar a utilização do seu espaço marítimo a estes movimentos desde que as
autoridades sejam expeditas na tomada de decisão, adiantou.
"Podem surgir
situações menos agradáveis, mas a mim parece-me que há tempo ainda para
reagirem. Portanto, não é um problema iminente. É um problema que requer a
atenção, mas não é um problema iminente", disse.
Com uma experiência
de 22 anos de mar e navegação, e apesar de não se considerar perito nesta
matéria de pirataria, Henrique Gouveia e Melo disse acreditar que, se a
pirataria estabilizar nesta região, "haverá graves problemas para a região
e para o mundo". Entretanto, por estar situado no Golfo da Guiné, São Tomé
e Príncipe pode tirar proveito desse facto.
"Como há
muitos problemas no Golfo da Guiné, e como é uma região extremamente rica em
recursos energéticos e outros recursos, ter uma ilha no meio do Golfo da Guiné
pode servir de apoio a uma data de países internacionais que pretendem explorar
esta área para se poder rentabilizar os recursos económicos da área",
afirmou.
"E sendo uma
ilha localizada estrategicamente nesta área pode gozar desse esforço da
comunidade internacional", acrescentou.
Segundo o
capitão-de-mar-e-guerra português, em 2012 os piratas estenderam as suas ações
até 1.500 milhas da sua base. Por isso, é necessário que haja o cruzamento de
informações entre o país e a comunidade internacional.
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