EL – PJA - Lusa
Waku Kungo, Angola,
31 mai (Lusa) - O crescimento do setor não petrolífero duplicou nos últimos
cinco anos, fixando-se em 12 por cento do total das receitas, mas esse valor
continua a ser insuficiente para garantir a diversificação da economia, afirmou
hoje o vice-Presidente da República angolano.
Manuel Vicente, que
intervinha na cerimónia de abertura do Fórum do Setor Económico e Empresarial
do Kwanza Sul, disse que é necessário "reverter urgentemente" aquela
situação.
O objetivo,
defendeu, é que o crescimento do setor não petrolífero se traduza igualmente em
crescimento dos "rendimentos para os investidores, felicidade para os
trabalhadores e suas famílias, bem como receitas tributárias e cambiais para o
Estado".
"É este ciclo
virtuoso da criação de riqueza e bem-estar social que precisamos de
reforçar", acrescentou Manuel Vicente, que destacou as culturas do café e
do óleo de palma como sendo "elevado rendimento", particularmente na
província do Kwanza Sul.
Os trabalhos do
Fórum terminam sábado, com o discurso de encerramento a cargo do ministro da
Economia, Abrahão Gourgel.
O primeiro dia de
trabalhos do Fórum, uma iniciativa do Governo provincial do Kwanza Sul, e que
junta especialistas nacionais e estrangeiros, empresários e técnicos, foi
marcado pelo anúncio da recuperação do complexo da ex-Companhia Angolana de
Agricultura (CADA).
Este "gigante
adormecido", como o caracterizou o governador do Kwanza Sul, Eusébio
Teixeira, transformou Angola, antes da independência, num dos principais
produtores mundiais de café.
Situada no
município de Amboim, a menos de 10 quilómetros da cidade da Gabela, a CADA era
um "estado dentro do estado", com infraestruturas autónomas, de que
se destacavam uma rede de nove quilómetros de estradas asfaltadas, residências
para todos os seus sete mil trabalhadores, um hospital de referência nacional,
com capacidade para 140 camas, escolas, central elétrica, quatro campos de
aviação e três aeródromos.
Construída em 1925
por Norton de Matos, que antes fora governador-geral (1914/15) colonial e
alto-comissário do Governo português (1921/23) da província ultramarina, a CADA
foi criada com o objetivo de produzir café.
No auge da
produção, o complexo possuía uma área de 14 mil hectares de café e seis mil
hectares de palmar, tendo no período 1961/62 produzido 12 mil toneladas de café
comercial.
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