sábado, 1 de junho de 2013

Setor não petrolífero ainda é insuficiente para diversificar economia angolana


EL – PJA - Lusa

Waku Kungo, Angola, 31 mai (Lusa) - O crescimento do setor não petrolífero duplicou nos últimos cinco anos, fixando-se em 12 por cento do total das receitas, mas esse valor continua a ser insuficiente para garantir a diversificação da economia, afirmou hoje o vice-Presidente da República angolano.

Manuel Vicente, que intervinha na cerimónia de abertura do Fórum do Setor Económico e Empresarial do Kwanza Sul, disse que é necessário "reverter urgentemente" aquela situação.

O objetivo, defendeu, é que o crescimento do setor não petrolífero se traduza igualmente em crescimento dos "rendimentos para os investidores, felicidade para os trabalhadores e suas famílias, bem como receitas tributárias e cambiais para o Estado".

"É este ciclo virtuoso da criação de riqueza e bem-estar social que precisamos de reforçar", acrescentou Manuel Vicente, que destacou as culturas do café e do óleo de palma como sendo "elevado rendimento", particularmente na província do Kwanza Sul.

Os trabalhos do Fórum terminam sábado, com o discurso de encerramento a cargo do ministro da Economia, Abrahão Gourgel.

O primeiro dia de trabalhos do Fórum, uma iniciativa do Governo provincial do Kwanza Sul, e que junta especialistas nacionais e estrangeiros, empresários e técnicos, foi marcado pelo anúncio da recuperação do complexo da ex-Companhia Angolana de Agricultura (CADA).

Este "gigante adormecido", como o caracterizou o governador do Kwanza Sul, Eusébio Teixeira, transformou Angola, antes da independência, num dos principais produtores mundiais de café.

Situada no município de Amboim, a menos de 10 quilómetros da cidade da Gabela, a CADA era um "estado dentro do estado", com infraestruturas autónomas, de que se destacavam uma rede de nove quilómetros de estradas asfaltadas, residências para todos os seus sete mil trabalhadores, um hospital de referência nacional, com capacidade para 140 camas, escolas, central elétrica, quatro campos de aviação e três aeródromos.

Construída em 1925 por Norton de Matos, que antes fora governador-geral (1914/15) colonial e alto-comissário do Governo português (1921/23) da província ultramarina, a CADA foi criada com o objetivo de produzir café.

No auge da produção, o complexo possuía uma área de 14 mil hectares de café e seis mil hectares de palmar, tendo no período 1961/62 produzido 12 mil toneladas de café comercial.

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