RITA
SIZA - Público
Documento obtido
por Edward Snowden e avançado pelo diário britânico The Guardian adianta
os nomes de código das operações de vigilância electrónica dos serviços
secretos norte-americanos.
O diário britânico
The Guardian está na posse de um relatório ultra-secreto da Agência de
Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos que lista 38
missões diplomáticas estrangeiras nos EUA como “alvos” para a espionagem dos
serviços secretos, incluindo a representação da União Europeia em Washington e
as embaixadas da Grécia, França e Turquia, entre outras.
O relatório, com
data de Setembro de 2010,consta da extensa documentação recolhida por Edward
Snowden, o analista informático e ex-consultor da NSA que já foi acusado pela
justiça norte-americana e se encontra retido num aeroporto de Moscovo com o
passaporte revogado.
Além de referenciar
as embaixadas abrangidas pelo programa de vigilância electrónica da NSA, na
sigla em inglês, o documento menciona os métodos utilizados para a espionagem,
com diversos nomes de código: por exemplo, Dropmire para as escutas à
missão da União Europeia, ou Perdido para a vigilância da Organização
das Nações Unidas, em Nova Iorque.
De acordo com o The
Guardian, o relatório explica que a espionagem da representação da UE em
Washington começou com a implantação de uma escuta no aparelho que enviava
faxes encriptados – telegramas diplomáticos que eram distribuídos para os
ministérios dos Negócios Estrangeiros dos países europeus. O esquema depois
evoluiu, passando a incluir três operações distintas, que permitiam aos
serviços americanos aceder à rede de telecomunicações, através de implantes
electrónicos e do recurso a uma antena que captava transmissões. O objectivo
dessa vigilância, prossegue o diário britânico, seria conhecer os
desentendimentos dos diferentes parceiros europeus sobre questões globais.
No caso da ONU, o
método passava pela recolha de informação através da intercepção dos conteúdos
informáticos, com recurso a tecnologias que permitiam aceder ao disco duro dos
computadores e copiar toda a informação armazenada. O relatório contém até uma
planta do edifício sede, em Nova Iorque, com a localização dos terminais.
A operação contra a
embaixada da França em Washington tinha o nome de código Wabash, e a
espionagem da embaixada de Itália até tinha dois – Bruneau e Hemlock.
Entre os alvos do programa estão identificados vários países aliados dos
Estados Unidos, nomeadamente Grécia, Japão, México, Coreia do Sul, Índia e
Turquia.
Apesar do relatório
ter sido produzido pela NSA, o The Guardian escreve que não é claro
se estas operações foram conduzidas por aquela agência, pelo FBI ou pela CIA.
Foto: Protestos
contra a vigilângia global das comunicações dos EUA na Ucrânia GLEB
GARANICH/REUTERS
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