domingo, 7 de julho de 2013

Moçambique: INSTABILIDADE PODE AFETAR A ECONOMIA - reitera Manuel Chang




O Ministro das Finanças, Manuel Chang, reiterou que a tensão política e o consequente condicionamento da circulação de pessoas e bens no troço Muxúnguè e rio Save, em Sofala, pode afectar o desempenho da economia moçambicana.

Falando quinta-feira última, em Maputo, Manuel Chang afirmou que, neste momento, ainda não foi possível fazer uma avaliação dos prováveis impactos negativos resultantes do condicionamento da circulação na estrada tendo, no entanto, manifestado o desejo de ver o problema resolvido o mais rápido possível.

Segundo as perspectivas mais recentes do FMI, as cheias severas no início de 2013 tiveram um impacto significativo, destruindo culturas e infra-estruturas no sul do país, mas o Produto Interno Bruto deverá crescer cerca de 7 porcent este ano, com a expansão da actividade mineira e a recuperação da produção agrícola.

A inflação continuará abaixo de 6 porcento, a médio prazo, a balança comercial vai manter-se altamente dependente do investimento externo na indústria extractiva e o desempenho fiscal está em linha com os objectivos definidos pelo Governo.

Entretanto, segundo explicou Chang, “quando os carros e as pessoas circulam, normalmente, há um maior fluxo de negócios nas várias regiões e isso cria condições para que o Estado continue a arrecadar receitas. O condicionamento da circulação das pessoas, logicamente, que vai reduzir o fluxo de negócios e, consequentemente, as receitas também podem ser afectadas”.

Refira-se que para além do transporte rodoviário, a tensão na região centro, também afectou o transporte ferroviário, sobretudo o escoamento do carvão através da linha de Sena.

O titular da pasta das Finanças considera ser ainda prematuro avaliar os prejuízos, muito embora acredite que o diálogo político actualmente em curso entre o Governo e a Renamo possa trazer soluções para o problema.

Os pronunciamentos do governante foram feitos momentos depois da assinatura entre o Governo e a EXIM Bank da Índia de três importantes acordos de financiamento para o desenvolvimento de infra-estruturas no sector das obras públicas e habitação em Moçambique.

Ao abrigo do referido acordo, o banco indiano irá desembolsar mais de 200 milhões de dólares norte-americanos para a reabilitação da estrada entre Tica-Búzi-Nova Sofala, no valor de 150 milhões de dólares, construção de 1200 casas nas províncias de Tete, Zambézia e Cabo Delgado, no valor de 47 milhões de dólares e desenvolvimento de água rural – Fase III, nas províncias de Manica, Zambézia e Nampula, no valor de 20 milhões de dólares.

Manuel Chang classificou o montante disponibilizado pelos indianos como estando em moldes altamente concessionais, ou seja, com um período de diferimento de seis anos e um prazo de pagamento de 20 anos e uma taxa de juros baixíssima.

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