Jornal Notícias
(mz)
O Ministro das
Finanças, Manuel Chang, reiterou que a tensão política e o consequente
condicionamento da circulação de pessoas e bens no troço Muxúnguè e rio Save,
em Sofala, pode afectar o desempenho da economia moçambicana.
Falando
quinta-feira última, em Maputo, Manuel Chang afirmou que, neste momento, ainda
não foi possível fazer uma avaliação dos prováveis impactos negativos
resultantes do condicionamento da circulação na estrada tendo, no entanto,
manifestado o desejo de ver o problema resolvido o mais rápido possível.
Segundo as
perspectivas mais recentes do FMI, as cheias severas no início de 2013 tiveram
um impacto significativo, destruindo culturas e infra-estruturas no sul do
país, mas o Produto Interno Bruto deverá crescer cerca de 7 porcent este
ano, com a expansão da actividade mineira e a recuperação da produção agrícola.
A inflação
continuará abaixo de 6 porcento, a médio prazo, a balança comercial vai
manter-se altamente dependente do investimento externo na indústria extractiva
e o desempenho fiscal está em linha com os objectivos definidos pelo Governo.
Entretanto, segundo
explicou Chang, “quando os carros e as pessoas circulam, normalmente, há um
maior fluxo de negócios nas várias regiões e isso cria condições para que o
Estado continue a arrecadar receitas. O condicionamento da circulação das
pessoas, logicamente, que vai reduzir o fluxo de negócios e, consequentemente,
as receitas também podem ser afectadas”.
Refira-se que para
além do transporte rodoviário, a tensão na região centro, também afectou o
transporte ferroviário, sobretudo o escoamento do carvão através da linha de
Sena.
O titular da pasta
das Finanças considera ser ainda prematuro avaliar os prejuízos, muito embora
acredite que o diálogo político actualmente em curso entre o Governo e a Renamo
possa trazer soluções para o problema.
Os pronunciamentos
do governante foram feitos momentos depois da assinatura entre o Governo e a
EXIM Bank da Índia de três importantes acordos de financiamento para o
desenvolvimento de infra-estruturas no sector das obras públicas e habitação em
Moçambique.
Ao abrigo do
referido acordo, o banco indiano irá desembolsar mais de 200 milhões de dólares
norte-americanos para a reabilitação da estrada entre Tica-Búzi-Nova Sofala, no
valor de 150 milhões de dólares, construção de 1200 casas nas províncias de
Tete, Zambézia e Cabo Delgado, no valor de 47 milhões de dólares e
desenvolvimento de água rural – Fase III, nas províncias de Manica, Zambézia e
Nampula, no valor de 20 milhões de dólares.
Manuel Chang
classificou o montante disponibilizado pelos indianos como estando em moldes
altamente concessionais, ou seja, com um período de diferimento de seis anos e
um prazo de pagamento de 20 anos e uma taxa de juros baixíssima.
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