SÉRGIO ANÍBAL - Público
Presidente da
República defendeu que o sucesso do período pós-troika em Portugal depende
da estabilidade política.
O Presidente da
República mostrou-se, nesta sexta-feira, preocupado com a possibilidade de nos
últimos dias se ter tornado mais provável um cenário em que Portugal não
consegue obter acesso ao mercado a taxas de juro razoáveis, sendo forçado a
recorrer a um segundo resgate.
Na sua intervenção
inicial, esta manhã no encontro de economistas que a Presidência está a
promover no Palácio de Belém, Cavaco Silva repetiu por diversas vezes que
existia a possibilidade de, nos últimos dias, as probabilidades de Portugal
conseguir o regresso bem-sucedido aos mercados terem mudado.
A traçar cenários
para o período após a conclusão do programa de ajustamento português em Junho
de 2014, o Presidente disse que "ou Portugal consegue obter financiamento
nos mercados a taxas razoáveis, o que era considerado ate há poucos dias a
hipótese mais provável, (...) ou verifica-se a hipótese mais negativa, a que os
analistas atribuíam até há poucos dias baixa probabilidade, de se verificar uma
incapacidade de Portugal recorrer aos mercados".
O Presidente
salientou ainda, como uma das condições para o sucesso de Portugal no período
pós-troika, a necessidade de existência de estabilidade política.
No lançamento do
debate, que reúne 30 economistas portugueses de diversas universidades, Cavaco
disse também que o objectivo do encontro era debater a situação após o final do
programa de ajustamento, "independentemente do Governo que estiver em
funções nessa altura".
Cavaco Silva tem
gerido a crise política nos bastidores e na quinta-feira exigiu que o acordo
entre o PSD e o CDS passe pela manutenção
dos líderes dos dois partidos da coligação. O Presidente considera que não
é viável um Governo de coligação em cujo Conselho de Ministros não se sentem os
responsáveis máximos dos dois partidos.
O primeiro-ministro e o líder dos centristas estiveram reunidos para tentar
encontrar uma base de acordo que mantenha o Governo. Passos Coelho esteve com
Cavaco em Belém na quinta-feira à tarde e, no final, disse aos jornalistas que
se comprometeu com o Presidente da República encontrar uma solução para um
Governo estável. Nesse sentido, acrescentou que irá "aprofundar"
junto de Paulo Portas e do CDS "uma forma de garantir as condições
necessárias" com o objectivo de "procurar um reforço" da
solução.
A actual situação
política levou também a direcção do CDS
a propor o adiamento do congresso previsto para este fim de semana na
Póvoa de Varzim, justificando que Paulo Portas ainda está a negociar com Passos
Coelho.
Entretanto, o Presidente da República remeteu para a próxima segunda-feirao início das audiências com os partidos
políticos que anunciou na quarta-feira de manhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário