Nicolau Santos –
Expresso, opinião
PSD, CDS e PS estão
à beira de chegar a um acordo, que respeita os três princípios exigidos pelo
Presidente: marcação da data de eleições, acordo sobre o memorando e
entendimento quanto ao pós-troika.
O PSD está tão
empenhado em que isso aconteça que se mostra disponível para aceitar a
flexibilização das metas orçamentais e das políticas, bem como dos prazos para
os seus cumprimentos.
O líder do PS
também pende claramente para a assinatura do acordo. Por um lado, porque talvez
este não seja o momento ideal para ir para o Governo. Depois, porque a Europa
pode mudar após as eleições alemãs e essa mudança vir a favorecer Portugal.
Com o acordo, o PSD
e o CDS ganham tempo para recuperar da sua desgastada imagem. Eleições agora
seriam provavelmente dramáticas para os dois partidos. O PS ganha
respeitabilidade e as mudanças que vinha pedindo. E o país respira de alívio.
Há, claro, algumas
incógnitas. A troika aceitará a flexibilização que lhe pedem? O Presidente
considerará o acordo sólido e credível? E quem ganhará mais com o adiamento das
eleições antecipadas, o centro-direita ou o centro-esquerda?
A partir de Junho
de 2014 se saberá. Até lá, podemos dormir mais descansados. Vai haver acordo, o
Governo vai continuar em funções, as taxas de juro da dívida pública descerão e
o PS votará a moção de censura dos Verdes contra o executivo sem que isso
perturbe esta "ménage a trois".
Até porque, se não
fosse assim, o Presidente da República não iria dormir na quinta-feira à casa
do vigilante nas Selvagens. Habemus salvação!
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