PEDRO CRISÓSTOMO e RAQUEL ALMEIDA CORREIA -
Público
Ministro das
Finanças demissionário quis sair do Governo em Outubro, depois da contestação à
TSU. Após o chumbo do Tribunal Constitucional e terminado o sétimo exame da troika,
a saída tornou-se inadiável, assume.
Na carta de
demissão enviada nesta segunda-feira ao primeiro-ministro, Vítor Gaspar
queixa-se da falta de coesão da equipa governativa e avisa Pedro Passos Coelho:
“Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes. Exigem a coesão do
Governo”.
Gaspar pediu a
demissão nesta segunda-feira e vai
ser substituído por Maria Luís Albuquerque, até agora secretária de Estado
do Tesouro e seu braço-direito na estratégia de regresso de Portugal aos
mercados de dívida, uma das bandeiras que Gaspar traçou como suas para o
cumprimento das condições do resgate financeiro internacional.
A saída de Gaspar,
ao fim de dois anos marcados pela aplicação do programa de ajustamento
sobretudo pelo lado da receita, acontece numa altura em que o Governo imprime
no seu discurso a necessidade de conciliar a estratégia da austeridade com
medidas que promovam o crescimento da economia. Isso mesmo foi vincado pelo
próprio ministro das Finanças, quando, em Maio, afirmou que, depois do
ajustamento, chegará “o momento do investimento”.
Vítor Gaspar, que
traçou como uma das suas principais bandeiras o regresso de Portugal aos
mercados de dívida pública, sai a meses de o Tesouro testar em Setembro a
retoma do financiamento de longo prazo.
*Título alterado
por PG
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