Notícias ao Minuto
O Centro de
Integridade Pública de Moçambique (CIP), organização não-governamental que
monitoriza o setor público, considerou hoje que a implementação de legislação
contra a corrupção no país não está a ser "transparente".
Num relatório que
divulgou hoje em Maputo, o CIP refere que a República Dominicana, um dos países
escolhidos para integrar a equipa internacional de avaliação do desempenho de
Moçambique na implementação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção
(CNUCC), não esteve presente num debate sobre a matéria em Maputo.
Aquela ONG acusa as
autoridades moçambicanas de falta de transparência e discriminação em reuniões
destinadas a ouvir a sociedade civil sobre as ações de implementação da CNUCC
pelo país.
"O que se
notou é que este processo não foi publicamente divulgado e nem o foram os mecanismos
pelos quais a sociedade civil e o setor privado poderiam partilhar informação relevante
para que o relatório de avaliação venha a refletir os reais problemas do país
na aplicação das recomendações da CNUCC", salienta o CIP.
A equipa de
avaliação da ONU, assinala aquela ONG, não ouviu as posições de várias
organizações que trabalham no domínio do combate à corrupção, uma situação que,
de acordo com o CIP, manchou a qualidade do trabalho dos avaliadores.
"É de realçar
que várias organizações da sociedade civil, a seu modo, deveriam ter sido
chamadas a dar a sua contribuição para o processo de avaliação, atendendo que a
corrupção é um fenómeno generalizado na sociedade moçambicana e envolve
diversas áreas do desenvolvimento socioeconómico do país. No entanto, as mesmas
não foram auscultadas", enfatiza o CIP.
O CIP defende que
Moçambique deve receber uma avaliação negativa da ONU no que diz respeito ao
seu empenho no combate à corrupção, apontando o facto de a Assembleia da
República ter novamente adiado a aprovação de um novo Código Penal, que
contemple a tipificação de práticas consideradas corrupção na CNUCC.
"No caso de
Moçambique, embora tenha ratificado a convenção, esta carece de ser domesticada
para, de entre outros, prever as respetivas molduras penais e, dessa forma,
poder-se perseguir e sancionar os prevaricadores dos seus comandos normativos.
De entre os vários comportamentos considera-os corruptos, a CNUCC recomenda a
punição da corrupção no sector privado, nomeadamente de práticas como o
peculato, tráfico de influências, abuso de funções, enriquecimento ilícito,
entre outras", destaca o documento do CIP.
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