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Economia cresce
1,5% no segundo trimestre, supera expectativas de analistas e, entre os países
do Brics, fica atrás apenas da China. Ministro da Fazenda espera expansão de
2,5% para 2013.
A economia
brasileira reagiu e cresceu 1,5% no segundo trimestre em comparação ao três
meses anteriores, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (30/08) pelo
IBGE. O aumento é o melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2010 e superou
as expectativas de analistas do mercado financeiro, que projetavam uma expansão
de entre 0,8% e 1%.
Segundo o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, o cenário internacional está um pouco melhor e isso
ajuda o país. “O pior já passou. O fundo do poço foi superado, não só no Brasil
como no mundo como um todo. Daqui para frente é expansão, de modo que possamos
retomar nossa trajetória de crescimento dos anos recentes”, afirmou.
Mesmo assim, o
ministro frisou que o governo federal está de olho nos acontecimentos dos
próximos meses, principalmente por causa da desvalorização do real, que poderá
trazer pressão inflacionária – as empresas devem repassar aos consumidores o
aumento do dólar, por exemplo, na importação de produtos e insumos para a
indústria.
O governo federal
tem a expectativa que o crescimento nos próximos trimestres seja estimulado
pelos leilões de concessões, ao longo de 2013 e início de 2014, de aeroportos –
como o de Confins, em Belo Horizonte, e do Galeão, no Rio de Janeiro –, mais de
7.500 km de rodovias e ferrovias, além de portos. O programa está avaliado em
mais de 200 bilhões de dólares.
O crescimento de
1,5% do segundo trimestre, superior ao de 0,6% dos três meses anteriores, ficou
à frente, por exemplo, da expansão da zona do euro (0,3%) e de países como
Alemanha e Reino Unido (0,7%), França (0,5%), Holanda (-0,2%) e Portugal
(1,1%). EUA e Japão tiveram aumento de 0,6%.
“Entre os Brics,
ficamos em segundo lugar, somente atrás da China [1,7%], e na frente de África
do Sul, Índia e Rússia. Para nós é importante que a economia brasileira esteja
crescendo, mesmo que gradualmente, num cenário internacional adverso”, disse
Mantega.
Agropecuária e
indústria puxam alta
De acordo com
analistas, a economia cresceu devido aos estímulos do governo federal a alguns
setores e também pelo investimento de empresas por meio do financiamento
disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Numa conferência por telefone com a mídia internacional, Mantega tem a
expectativa que a economia cresça 2,5% em 2013.
“Em termos de comparação com os próximos
trimestres não acredito que haja um retrocesso da marcha de investimentos, que
é o maior dinamizador da economia nos próximos meses, porque as condições que
levaram a esse aumento do investimento estão mantidas”, afirmou Mantega.
“Acredito que este número mais elevado pode trazer um novo ânimo, pode melhorar
as expectativas e desfazer algum mau humor de algum setor em relação à economia
brasileira.”
Na opinião de
Mantega, o crescimento do consumo das famílias – alta de 0,3% no segundo
trimestre em relação ao primeiro trimestre – foi mais modesto porque a
capacidade de consumo foi comprometida no primeiro semestre de 2013 por causa
da alta da inflação e do crédito mais caro para as famílias.
“De qualquer forma,
a tendência é que haja uma recuperação do crescimento do consumo das famílias
por causa da queda da inflação, com a recuperação do poder aquisitivo e porque
a massa salarial, que depende do número de trabalhadores empregados, continua
crescendo no país a uma taxa de 2% a 2,5% nos últimos 12 meses”, disse Mantega.
O destaque positivo
do segundo trimestre foi a agropecuária, que cresceu 3,9% (9,4% no primeiro
trimestre), enquanto o aumento na indústria foi de 2% (-0,2%). Já o setor de
serviços subiu 0,8% no segundo trimestre em comparação ao primeiro trimestre do
ano, quando cresceu 0,5%. O resultado do trimestre é o melhor desde o primeiro
trimestre de 2010, quando houve alta de 2% na fase de retomada da economia
mundial após a crise de 2008/2009.
Autoria: Fernando
Caulyt - Edição: Rafael Plaisant
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