sábado, 17 de agosto de 2013

DILMA ROUSSEFF, QUO VADIS?

 


O CONTORCIONISMO DO PT BRASILEIRO

O contorcionismo do PT brasileiro diante das manifestações que atravessam o país é visível. Ele tenta cooptar as manifestações, como se estas não fossem também contra o seu governo. Ao mesmo tempo, vai prometendo medidas paliativas mas que não ponham em causa o dogma neoliberal. Isso ficou patente no discurso de 21 de Junho da presidente Dilma Roussef, em cadeia nacional de TV. A presidente nem sequer pôs em causa a privatização selvagem dos transportes públicos de passageiros nas principais cidades brasileiras. O seu "plano nacional de mobilidade" aparentemente não será para reverter essa actividade aos poderes públicos. Os lucros dos capitalistas donos das empresas de "ônibus" têm de ser garantidos, mesmo que para isso o governo do PT tenha de lhes dar alguns subsídios a fim de reduzir tarifas e baixar a tensão social. A presidente, no seu discurso, tão pouco fez qualquer auto-crítica quanto aos gastos monstruosos do seu governo com campeonatos do jogo da bola. Na verdade, entre o PT e o PSDB brasileiros existe tanta diferença como entre o PS e o PSD portugueses — ou seja, pouca ou nenhuma. (em Resistir.info)
 
A institucionalização e a hegemonia reformista no Foro de São Paulo
 
PCB
 
O Foro de São Paulo, do qual o PCB é membro fundador, a cada ano aprofunda seu processo de institucionalização e de perda de identidade.
 
A posse de Lula em 2002, foi o momento de inflexão. Já descaracterizado e degenerado ideologicamente, o PT hegemoniza de forma incontestável o Foro de São Paulo e o coloca a serviço do projeto de desenvolvimento do capitalismo brasileiro, com o objetivo estratégico de uma integração latino-americana sob hegemonia brasileira, para fazer do país uma potência mundial.
 
O Foro de São Paulo transformou-se em correia de transmissão do capitalismo brasileiro que, valendo-se da morte de Chávez, aparelha e expande o MERCOSUL (uma integração de mercados), para ocupar mais espaços e engolir e enterrar a ALBA, a integração soberana, solidária e complementar de Nossa América.
 
Tentando afirmar o Foro como braço regional do neodesenvolvimentismo brasileiro, o PT passa a privilegiar os processos eleitorais em detrimento das lutas de massas, procurando em cada país contribuir política e materialmente para a eleição de governos alinhados com a hegemonia brasileira. Isto significou a descaracterização do Foro de São Paulo, nascido como uma articulação anti-imperialista com caráter anti-capitalista.
 
Nessa guinada, gradativamente foi sendo anulado o protagonismo de organizações revolucionárias e privilegiou-se uma ampliação quantitativa, heterogênea, policlassista, com ênfase em partidos social-democratas e social-liberais, chegando ao ponto de o Foro ser integrado hoje por partidos antagônicos e adversários em seus países. O papel principal passou a ser dos partidos que participam de governos e os que podem se tornar governo, o que significa garantia de contratos para empresas brasileiras.
 
Uma vez tendo se fortalecido na América Latina, o Foro de São Paulo agora tem o objetivo de se internacionalizar como uma alternativa mundial reformista, inclusive em contraposição ao movimento comunista internacional.
 
Apesar dessa análise, o PCB está presente neste evento, para lutar contra a hegemonia reformista, dialogando com as forças políticas com as quais temos afinidades, contribuindo modestamente para uma necessária articulação revolucionária latino-americana. A nosso juízo, os reformistas, mais do que nunca, são grandes inimigos da revolução socialista, pois iludem os trabalhadores e os desmobilizam, facilitando o trabalho do capital.
 
Documento do Comitê Central do PCB ao Fórum de São Paulo
 
O original encontra-se em pcb.org.br/...
 
Este documento encontra-se em http://resistir.info/
 
*Título PG
 

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